Capítulo 50

Peço pra Bruna abrir um vinho e nos servir, conversamos sobre diversas coisas até o Luan finalmente aparecer.

-vou deixar a Madu no quarto dela e já desço pra gente jantar-aviso e me levanto
-vou com você-Luan dá meia volta

Subimos as escadas e paramos do quarto dela. Deixo ela ali no berço, ligo a babá eletrônica e a babá vídeo. Me sento na cama e o Luan senta ao meu lado.

-você ligou?-pergunto de uma vez
-sim, e ela xingou muito a gente, falou que se o Bernardo estiver gostando de você, ele vai ver só quando ele voltar pra casa-ele suspira-meu Deus, olha o nível de mulher que eu fiquei sendo que eu tinha você, meu Deus, como eu pude ficar tão cego? Como eu pude ser tão idiota? Eu só queria entender, entender como eu pude fazer isso Mel-ele surta um pouco
-já aconteceu, remoer o passado não vai fazer muda-lo, e eu tenho certeza que essa mulher deve ser linda por fora, você sempre gostou de mulheres bonitas
-ninguém é mais bonita que você Mel-me encara
-ela é loira?-pergunto curiosa
-sim, por quê?
-curiosidade-dou de ombros-vamos descer?
-Mel-ele se aproxima ficando com a boca próxima a minha
-fala-respondo baixo sem conseguir me concentrar
-fica comigo Mel-me segura pelo pescoço
-eu tô aqui-finjo não entender
-você entendeu o que eu quis dizer-roça seus lábios nos meus e eu aperto seus braços com força
-vamos descer-falo sem saber se é o que realmente quero
-por quê amor?
-meus amigos estão lá embaixo e nos esperando pra jantar-afasto meu rosto do seu
-ok então-fica triste

Volto a me aproximar e mordisco seu lábio inferior, me afasto um pouco largando seu lábio e inicio um beijo pra ele ter certeza que nada está perdido.

-eu quero ficar com você, mas não é o momento, por favor, entende
-tudo bem-solta um suspiro e se afasta-bora?-estica a mão pra mim
-bora-entrelaço nossos dedos

Descemos juntinhos. E assim que chegamos na sala todo mundo fica em silêncio.

-vocês não sabem nem disfarçar que estavam falando da gente né?-reviro os olhos pra eles-bora jantar-chamo todo mundo
-escolho o vinho-Luan sussurra e sai na frente

Todo mundo se ajeita na mesa e ninguém senta na ponta. Luan aparece e senta ao meu lado. Me sirvo e sirvo o Luan, ele coloca vinho pra todos e começa a comer enquanto os outros se servem.

Nosso jantar foi incrível, me diverti com eles e consegui me distrair de tudo o que vem acontecendo.

Já se passa das duas da manhã quando todos vão embora me deixando sozinha com o Luan que está pensativo.

Arrumo toda a nossa bagunça e jogo as garrafas de vinho que bebemos no lixo.

-bora subir-paro na frente do Luan que me encara com os olhos vermelhos-que foi?-pergunto e ele apenas nega com a cabeça-fala comigo-peço, mas pelo jeito ele está segurando o choro e sabe que se falar não vai conseguir segurar

Me sento ao lado dele e puxo ele pra deitar a cabeça em meu ombro. Luan pega o celular ao seu lado, desbloqueia e me entrega numa conversa de whatsapp.

Pego na mão e vejo o nome de um dos seus advogados. A mensagem fez o meu coração bater acelerado.

"Tentamos de tudo pra você continuar com o Bernardo com guarda provisória unilateral até que saía a definitiva, mas como o Juiz ainda não liberou você vai ter que levar o Bernardo pra mãe, que é quem tem a guarda dele. Se não fizer isso pode complicar pra você! Mas fica tranquilo, eu te prometo que vão ser poucos dias, é só questão do juíz liberar a guarda provisória pra você, coisa que eu sei que vai acontecer"

-como é que eu vou levar o meu filho pra ela sabendo tudo o que ele passa?-ele pergunta desesperado enquanto lágrimas escorrem
-talvez as fotos que você tirou sirva pra apressar o juíz, você mandou as fotos?
-não-nega frustrado
-vou mandar-aviso já abrindo sua galeria

Mando as fotos e gravo um áudio contando sobre a situação das fotos, como as coisas aconteceram e como resolvemos tirar as fotos, também aproveito pra mandar a gravação da ligação dela com o Bernardo e alguns áudios que ela mandou ameaçando o Luan.

O advogado não vê a resposta de cara, mas ver o Luan chorar estava me matando, ainda mais vê-lo chorando por um uma coisa tão delicada.

-vamos subir, vem-afasto o rosto do Luan de mim e me levanto-vem-chamo de novo e ele levanta ainda choroso

Abraço ele de lado e subimos degrau por degrau devagar.

Ao entrar no quarto, deixo ele na cama e sigo pro closet. Pego um pijama pra mim e uma camiseta mais larguinha que o Luan gosta de usar pra dormir.

Volto a me aproximar e fico de frente com o Luan, que está pensativo.

-olha pra mim-peço e assim ele faz-vai dar tudo certo, se for preciso ele voltar pra mãe pra ficar com a gente pra sempre, então vamos fazer o que a lei manda
-ele não merece amor-ele me puxa pra sentar em seu colo
-eu sei, eu quero ele aqui tanto quanto você, quero cuidar e dar carinho, mas burlar a lei não vai nos ajudar em nada, vamos fazer conforme a lei manda, assim temos ainda mais chance
-como vou contar pra ele?
-vou com ele amanhã cedo no médico e na decoradora pra ele ver que vamos fazer um quartinho pra ele, eu e você vamos dizer ao Bernardo que ele vai ficar na mãe dele até o quartinho ficar pronto
-ele vai ficar tanto tempo assim longe?-faz um bico
-não, eu prometo pra você que logo ele tá de volta
-eu confio em você-ele diz alisando minha cintura-você é minha paz amor-alisa o meu rosto-obrigada
-eu disse que faríamos juntos-entrelaço nossos dedos
-obrigada mesmo assim-deita a cabeça em meu ombro

Seus carinhos em minha cintura não param, começo a sentir sua respiração próxima ao meu pescoço e fecho os meus olhos.

-ei, vamos dormir né?-converso com ele que se afasta e me larga
-vamos-ele parece perceber que ultrapassou os limites-desculpa-pede sem jeito
-eu já disse que sou sua, você não tem limites aqui-aponto pra mim
-nesse momento tem sim, você sabe que tem
-eu digo sobre me tocar
-tudo bem-suspira

Entrego a camiseta que peguei pra ele e ele troca, tira a bermuda, se ajoelha no chão e fica no seu momento.

Deixo ele ali e entro no banheiro, troco minha roupa pelo pijama e escovo os dentes. Volto pro quarto e o Luan entra no banheiro, é a minha vez de ter o meu momento. Me sento na cama e agradeço pelo dia maravilhoso, pela comida e resolvo pedir pelo Bernardo que não merece a mãe que tem, mas que eu vejo em seus olhinhos que mesmo com tudo ama ela incondicionalmente.

Luan sai do banheiro com cheiro de pasta de dente e eu me jogo na cama cobrindo meu rosto.

-que foi?-ele pergunta deitando do meu lado
-nada-fico de costas pra ele

Ele sem graça com a situação apaga a luz e também se vira de costas.

Fico alguns minutos quieta, tentando dormir, mas não consigo, não com o Luan aqui, tão perto, mas também tão longe.

Me viro na cama e abraço o seu corpo, Luan aproxima sua mão da minha e entrelaça nossos dedos.

-tá acordado?-pergunto
-tô sim-responde positivamente
-tá

Volto a ficar em silêncio e tento dormir, mas novamente não consigo. Desfaço o entrelaço entre nossos dedos e desço minha mão até a barra de sua camiseta, subo minha mão pela sua barriga até chegar em seu peito que tem os batimentos acelerados.

-Mel-ele resmunga tirando minha mão dali
-vira pra mim-peço e assim ele faz
-nem tô te vendo-ele dá uma risadinha que bagunça todo os meus sentidos
-também não tô te vendo-subo minha mão até seu rosto e passo meu polegar em seus lábios

Colo ainda mais meu corpo no seu e sua mão para em minha cintura, me segurando com força.

-um frio que arrepia o corpo num calor danado pode ser amor-sussurro contra a sua boca

Substituo meu polegar pela minha boca e ele nem pensa em negar, apesar da surpresa, ele retribui o meu beijo e me dá liberdade pra comanda-lo.

Puxo ele com certa força e faço com que ele fica por cima de mim.

Sua mão aperta fortemente a minha cintura quando me sente aumentar o ritmo do beijo. Desço novamente as minhas mãos até a barra de sua camiseta e subo por dentro dela. Toco sua barriga e chego em seu peito, arranho sua pele e o Luan encerra o beijo.

-Mel-sua respiração está acelerada como a minha
-quê?-respondo e continuo a arranhar sua pele
-você disse que não era o momento, que era pra eu entender, eu entendi, mas eu te quero tanto que não consigo controlar as coisas se você não colaborar
-eu não tô colaborando?-finjo demência e ele tenta se afastar, mas não deixo
-Mel-me repreende
-cala a boca-sou rude
-Melissa Andrade-me chama pelo nome completo e eu dou risada do seu jeitinho-não me provoca, só tô fazendo o que me pediu
-Luan-desço arranhando sua barriga-eu não queria atropelar as coisas, eu ainda estou chateada com tudo o que você disse, em como você agiu aquele dia e vinha agindo diariamente, mas eu não posso deixar de fazer o que eu quero, não posso esconder uma coisa que tô sentindo
-o que tá sentindo?-sei que ele está me olhando, mesmo com toda aquela escuridão sinto seu olhar em mim
-vontade
-de quê?-ele me faz falar

Desço minha mão até seu membro coberto pela cueca e o acaricio levemente, sentindo o mesmo se animar.

-de fazer amor com você

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