terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Capítulo 2

Me dirijo até a porta e me surpreendo ao ver o Guto, Lia, Alan e Vitória.

Todos estavam ali, pra fechar a gangue só falta a Bruna e o Jeferson.

Olhei todos os meus amigos ali e lembranças de como éramos felizes me veio a cabeça.

O Alan continua morando na Argentina, e eu passei a ignora-lo assim como os meus outros amigos, mas agora ver ele aqui fez meu coração bambear.

-grandão-o abraço sem me importar com a Vic sua namorada
-que saudade pequena-me aperta fortemente
-fui trocado-o Guto resmunga e me faz rir
-não foi-me afasto do Alan e vou até o Guto, ele e a Bruna sempre foram meus melhores amigos, são as pessoas que mais sinto vontade de compartilhar as coisas, mas nem com eles eu consigo

Cumprimento as meninas também que sempre foram minhas amigas e os chamo para entrar. Olho o Alan admirada, não por lembrar do nosso namoro ou da vida que dividimos juntos, mas por ele não ter desistido de mim.

Fui pra fechar a porta, mas fui impedida. Olho pra mesma com medo e vejo a família Santana. Bruna, o Jeferson seu namorado, ainda, Marizete e meu sogro Amarildo.

Dou um abraço sem jeito em cada um e deixo minha sogra por último. Ela me analisa e em seguida suspira me puxando para um abraço apertado. Assim como o abraço de conforto da minha família, eu amo o abraço dela.

Antes de entrar vejo mais gente vindo logo atrás deles e começo a me sentir sufocada. Minha família, meus amigos, a família do Luan, e agora os amigos do Luan.

Rober vinha depressa com a Hellen, Michelly puxava o Dudu com força, e o Well aparece junto, porém sozinho, acho que sua namorada não quis vim.

Cumprimento todo mundo muito educada, mas eu estava incomodada. Aquele monte de pessoa, aquela pressão de lembranças boas.

Sinto uma mão em minha cintura e dou um pulo de susto. Ao olhar vejo Luan que agora tinha seu olhar morto novamente.

-o que fazem aqui?-o Luan pergunta surpreso e eu percebo que nem ele sabia dessas visitas
-viemos visita-los, não pode não?-o Rober bufa um tanto bravo com a pergunta do Luan
-pode sim gente, entra-dou espaço pra eles-tem gente lá no fundo, eu vou ver como a Madu está e se ela já acordou-aviso
-vai lá e trás a minha princesa-Michelly pede e eu apenas assinto, não consigo nem fingir um sorriso

Puxo o Luan pela mão e faço com que ele suba comigo. Nossas mãos juntas fazem com que uma eletricidade suba pelo meu corpo e sinto todos os meus pelos se arrepiarem.

-você sabia dessas visitas todas?-pergunto de uma vez e ele me puxa até a cama, a gente senta, mas ele não larga minha mão
-eu só sabia que a Bruna e minha mãe viriam mais tarde. A única visita da tarde que eu sabia, era o Alan, ele me ligou depois que cheguei me avisando que estava no Brasil, ele também não desistiu de você, ele não vai te deixar sumir assim da vida dele-fala sem graça por causa de toda a minha história com o Alan
-eu estou sufocada com todas essas pessoas aqui-desabafo e vejo seus olhos brilharem, por eu estar desabafando com ele
-se você não está se sentindo bem eu posso descer e dizer que você não está bem e peço pra que todos vão embora-sugere e eu aperto sua mão com força
-não precisa-suspiro-só fica perto de mim-peço e vejo ele sorrir
-eu vou ficar perto de você sim, sempre-beija o topo da minha cabeça e sem desgrudar nossas mãos damos um abraço meio torto

Escuto o barulho da nossa filha e me levanto puxando ele até o quarto dela. Tive que separar nossas mãos e fui até o berço. Fome não era, eu sabia bem o que era isso. Está calor em São Paulo, ela deve estar agoniada pra tomar um banho.

-vai dar banho nela?-ele pergunta ao me ver tirar a roupa dela no trocador
-sim, pega água pra mim, vou dar aqui mesmo-aviso

No quarto da nossa filha há uma cama e casal, quando o Luan viaja eu durmo aqui com ela. Vejo o Luan sair do banheiro com a banheira nas mãos, deixa a banheira no chão e forra a cama com um plástico, em seguida coloca a banheira ali.

-tá muito calor, não peguei a água nem tão quente, nem tão fria, peguei mediana, veja se está boa-ele pedi dando de ombros

Pego a Madu e levo até a cama, sinto a água com a mão e vejo que está boa.
Luan é um ótimo pai, mesmo eu não deixando ele ser tão presente na nossa vida, ele extrapola os limites que eu mesma estabeleci e faz de tudo pela nossa menina.

Enquanto dou banho na Maria, o Luan está parado ao lado da banheira e brincando com ela. Escuto minha filha soltar uma gargalhada e bater o pé na água fazendo respingar água em mim e no Luan também.

-sossega mocinha-falo com ela, mas pelo jeito ela adorou o que fez com o pé e tornou a fazer
-filha sossega, ta deixando sua mãe molhada-ele diz e em seguida para pra refletir o que disse

Novamente ela fez o movimento com o pé e ao ver a água espirrar em nós ela solta uma gargalhada ainda mais alta.

Eu e o Luan nos olhamos e rimos também. Foi impossível não rir com aquele som. É tão gostoso que dá vontade de morder essas coxinhas gordas.

Termino o banho dela e deito ela em cima da toalha que já está na cama, pela eficiência do seu pai.

Troco ela com um par de olhos sobre mim, eu estava desconfortável. Queria que ele parasse e ao mesmo tempo queria que ele continuasse. Mas ele parou e foi jogar a água da banheira, arrumar as coisas que usei, e guardar tudo que não era mais preciso pra hoje.

-vamos descer!?-o chamo assim que termino de arrumar nossa filha
-vamos-estica os braços pedindo a Maria e eu lhe dou

Saio do quarto da Madu e entro no nosso. Penso que ele irá descer, mas isso não acontece. Ele entra atrás de mim e me segue até o closet.

Durante esses quase três meses eu nunca mais havia me trocado na frente dele e fazer isso agora me fez duvidar da minha capacidade de agir.

Procuro um vestido pelo closet. É a primeira vez em meses que eu quero estar um pouco apresentável. Pego o primeiro que vejo e deixo ali no puf.

-quer que eu saía?-pergunta, mas eu tiro forças do fundo do poço e nego com a cabeça

Tiro o meu short de moletom sobre os olhos do Luan. Meu corpo todo tremia. Eu sentia que a qualquer momento eu iria cair de tanto que meu corpo mexia. Tiro a camiseta e deixo ali no chão, depois eu pegaria, aproveito e tiro também o sutiã que eu estava, ele não é prático. Vi quando o Luan saiu do closet. Solto todo o ar que está preso em meu peito. Procuro um sutiã na minha gaveta de peças íntimas e pego um bege, que é próprio para amamentação. Me levanto e coloco o mesmo.

Vejo quando o Luan volta ao closet, ele já não está mais com a Maria. Ele vem até mim e me puxa pela mão.

-cadê a Maria?-pergunto
-está com a Bruna, esquece ela um pouco-pedi e eu tento iniciar um discurso, mas ele não deixa

Ele para comigo na frente do espelho. A minha primeira atitude é tentar fugir, mas ele não deixa.

-se olha um pouco amor-tira o elástico do meu cabelo e solta o mesmo deixando eles na frente do meu corpo

Meus cabelos estão grandes, sem cor, sem vida alguma, estou magra e vejo que só tenho peitos. Meus olhos não tem brilho. Assim como o meu corpo que parece estar morto.

-você gosta do que vê?-ele pergunta olhando e eu não sei o que dizer-isso só vai piorar Melissa, por favor me escuta-ele está suplicando novamente e eu abaixo a cabeça-tudo bem

Ele desisti e sai dali me deixando sozinha. Olho o meu reflexo no espelho e consigo sentir a mesma preocupação que todos tem comigo. Eu realmente não estou bem. Eu preciso de ajuda.

Pego o vestido que eu havia separado e visto. Penteio o meu cabelo, e prendo o mesmo em um rabo de cavalo. Saío do closet e procuro o Luan pelo quarto. Ele não está mais ali. Estou descendo as escadas e sinto um cheiro de churrasco. Um barulho de alguém se jogando na piscina ecoou e antes que eu pudesse sair vejo o Guto ali com o Miguel.

Escuto barulhos na cozinha e é pra lá que me dirijo. Minha mãe conversa animada com a Marizete e com a Vic. Elas parecem animadas demais.

-estão fazendo o que?-pergunto e as três me olham
-temos uma evolução aqui-Marizete vem até mim e me olha-isso aqui já não são mais saboneteiras-passa a mão nos buracos dos meus ombros
-eu vou tentar melhorar-olho ela e em seguida minha mãe que tenta disfarçar sua preocupação com um sorriso, mas isso não é mais possível, pelo menos não pra mim-vou atrás do Luan-aviso e saío dali a procura do meu marido

Chego na parte de fora e vejo o Luan com a Madu bem distante de todos, ele sorri enquanto fala com ela. Eu acho incrível ver esses momentos, mas tem horas que sinto uma dor no coração e acabo impedindo ele de sequer toca-la.

Me aproximo dos dois e o Luan nem percebe minha presença, ele está de costas pra mim.

-até magrela sua mãe é linda, você viu-conta pra ela e eu sorrio sem graça-ela só precisa voltar a viver e você precisa ajudar meu amor, a mamãe ama você e tudo que você pedir ela te dará-afirma
-ei-chamo sua atenção e ele se vira assustado-você disse que não saíria do meu lado-me aproximo ainda mais ficando quase abraçada no corpo dele
-eu não quis te deixar constrangida, preferi descer e te esperar aqui em baixo-dá de ombros
-eu sei que eu não sou fácil, eu só peço que não desista de mim-sinto minhas lágrimas se formarem e engulo seco, ele solta um sorriso e alisa meu rosto
-eu jamais vou desistir de você, eu te prometi diante de Deus que seria eternamente, até que a morte nos separe, eu irei cumprir, e não apenas porque prometi, mas porque eu te amo-aproxima seu rosto do meu e meu coração bate acelerado

Sinto seus lábios no meu novamente e eu deixo. Ele precisa disso, eu preciso mostrar que eu ainda sou dele.

Levo minha mão até sua nuca e aprofundo o nosso selinho em um beijo. Um beijo lerdo, porém tentei demonstrar a ele que eu o quero em minha vida e que talvez daqui uns dias eu perceba que tudo o que eu ando fazendo não prejudica só a mim.

Quando o nosso fôlego foi embora encerro o beijo e fico de olhos fechados fazendo carinho em sua nuca.

-me diz que isso não é um sonho-ele pede sussurrando contra a minha boca


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♥️♥️♥️

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