Capítulo 42

Luan havia anunciado que o Bernardo é seu filho e não foi todo mundo que comprou a desculpa sobre nossa "separação" quando o Bernardo foi gerado.

Tinham "fãs" que perdiam tempo pra vim nas minhas redes sociais me chamar de chifruda, entre outros "elogios".

Resolvi que é melhor ignorar esses comentários, mas eles mexem comigo, é como se não bastasse o Bernardo me lembrando do passado sombrio do Luan, agora também é necessário os fãs dele fazerem isso comigo.

Me dói, me dói muito e infelizmente eu não posso fazer nada, apesar de ninguém realmente saber, esses comentários são verdades, apesar de me machucarem muito, prefiro guardar essa dor pra mim.

Depois de mais um dia cansativo de trabalho, chego em casa doida de saudade da minha filha, estaciono meu carro e pego meu celular na mão antes de entrar, Luan me ligou diversas vezes e encheu meu celular de mensagens.

Amanhã ele tem show, mas nos despedimos ontem a noite, pois hoje ele iria passar o dia em Minas com o Bernardo.

Mando uma mensagem pra ele avisando que acabei de chegar em casa e que já retorno suas chamadas e desço com o salto na mão, estou literalmente cansada dele.

Entro em casa e paraliso na porta ao ver o Alan com a Maria no colo.

-meu Deus, que saudade-falo alto e ele me olha sorrindo

Largo o salto e a bolsa no caminho e me sento ao seu lado do sofá, o abraço do jeito que dá e nos apertamos em um abraço silencioso.

O Alan me traz uma paz, sempre foi assim e eu tenho quase certeza que isso nunca vai mudar.

-eu tava morrendo de saudade-ele me aperta mais-atrasei um pouco pra voltar, mas aqui estou eu, já vim correndo pra cá pra ver vocês
-amo você Alan-sussurro em seu ouvido e sinto ele sorrir
-também amo você, aliás, vocês-ele finalmente se afasta-não me afasta mais de vocês, sério, dói muito-ele diz me encarando
-nunca mais-beijo sua bochecha-me conta tudo, sobre o emprego, sobre a casa nova que eu tô sabendo que você comprou, tudo-peço me distraindo com ele
-tá-ele concorda pronto pra começar
-a Silvana tá aí ainda?-pergunto e ele faz careta tentando saber quem é-a babá
-ah tá, ela foi pra cozinha fazer mamadeira pra Eduarda, mas aí a pequena dormiu no meu colo-ele diz me mostrando minha filha que dorme de como aberta como o pai dela
-ela gosta de você-me levanto-espera um pouco

Sigo até a cozinha e encontro a Sil e a Dulce conversando animadas.

-oi-chamo a atenção delas
-oi linda, quer que sirvo o café da tarde?-Dulce pergunta toda carinhosa
-não precisa não, eu vim dispensar vocês
-seu amigo já foi?-Dulce pergunta desconfiada
-não, mas já já ele vai e eu vou jantar na minha sogra hoje
-tem certeza que quer que nós duas vamos? Eu posso ficar-Dulce diz preocupada
-eu sei lidar com ele, não se preocupa-beijo sua bochecha
-tudo bem então, mas qualquer coisa me liga
-lógico sim-concordo
-vou arrumar minhas coisas então-ela some das minhas vistas e a Sil apenas sorri de lado, vejo que também está preocupada

Volto pra sala e volto a me sentar ao lado do Alan.

-quer que eu suba ela? Ou você pode deixar ela aí no sofá mesmo, ela adora
-deixa ela aqui-ele sorri sem jeito
-tá, agora me conta tudo-peço me ajeitando pra termos uma longa conversa

Ele falou e eu apenas escutei enquanto sorria feliz por ter ele aqui. Enquanto ele falava sobre tudo, às vezes ele falava da Vic e a cada vez que ele dizia o nome dela, seus olhos brilhavam, foi ali que eu senti que todo o sentimento que ele tinha por mim já não era amor carnal, era somente amizade e eu poderia confiar nele plenamente.

-quando vão casar?-corto uma explicação dele da empresa e pergunto e ele sorri surpreso
-eu fiz o pedido antes da gente voltar, agora está tudo nas mãos dela, ela vai ajeitar as datas e essas coisas
-vai me convidar pra ser sua madrinha?
-quer mesmo ser minha madrinha?-ele pergunta dessa vez sério
-você ama a Vic-afirmo e ele sorri confirmando-tô feliz por ver isso, ver que não precisamos mais ficar constrangidos quando formos falar dos nossos companheiros, fico feliz por ter ajudado nem que seja um pouquinho, vocês a ficarem juntos e sim eu quero mesmo ser sua madrinha, quero poder abençoar essa união, quero muito
-então você será-ele aperta a minha mão fortemente
-tá com medo do casamento?-pergunto rindo e ele faz careta
-é que na Argentina meus casamentos duram, ai chega no Brasil dá tudo errado-ele me faz rir
-o nosso deu errado, porque eu não amava você como deveria, eu amava outro e quando voltamos ele estava disposto a me ter de volta
-e conseguiu-ele sorri sem graça
-eu nunca deixei de ser dele e você sabe disso
-eu sei-confirma
-mas a Vic não tem ninguém aqui, ela sempre foi você, ela sempre foi sua e agora que voltaram, ela vai continuar sendo sua, pra sempre
-espero que sim, amar ela é tão bom-seus olhos voltam a brilhar
-meu Deus, você ama muito ela-fico impressionada
-demais-ele sorri confirmando-ela foi a minha bengala pra que eu não caísse quando você escolheu o Luan, e eu pensei que era só isso, mas hoje eu tenho plena certeza que ela não foi bengala, ela foi a solução
-tô feliz por isso-me aproximo e o abraço apertado, mas me afasto, assim que escuto a voz alterada do Luan
-que porra é essa?-ele diz nervoso

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