-isso sempre, tenho que filosofar pra alguém-dou de ombros
Me aproximo dele e fico no meio de suas pernas. Ele abraça minha cintura e beija minha barriga.
-Bernardo já escovou os dentes e está empolgado
-vou fazer ele se divertir, prometo-aliso seu rosto
-eu confio em você-ele alisa minha coxa coberta pelo pano do macacão
-trago comida
-traz MC-pede fazendo carinha de pidão
-vou pensar no seu caso-lhe dou um selinho rápido e me afasto-dorme enquanto a Maria dorme, depois você não vai conseguir
-ok-ele deita na cama-vai com Deus-joga beijo
-fica com Ele
Volto a descer as escadas e encontro o Bernardo sentadinho no sofá, todo comportado.
-bora Bê-chamo ele que me olha
-demorou-desce do sofá e se aproxima
-eu tava conversando com seu pai um pouquinho
-não me manda embora não Mel-pede um pouco desesperado
-jamais Bê, você faz parte da família, não era disso que eu tava conversando com o seu pai
-eu gosto de fica aqui, mas sinto falta da mamãe
-eu sei que sente, por isso vou fazer de tudo pra deixar as coisas melhores e sempre que quiser falar com a sua mãe é só me avisar que eu ligo pra ela e deixo você falar
-tá bom-ele concorda
-tá pronto pra nossa manhã?
-tô pronto
-então bora
Abro a porta de trás e ajudo ele a ficar confortável e protegido, entro do lado do motorista e coloco o cinto.
Ligo o som bem baixinho pra não impedir o Bernardo de conversar e saio da garagem direto pra pediatra que arrumou uma vaguinha o mais rápido possível pra gente.
No caminho, mesmo sabendo que é errado, vou mexendo no celular e conversando com a Ariane que também arrumou um horário pra gente, ela conseguiu um horário pro Bernardo com uma psicopedagoga no consultório dela e um horário pra mim com ela mesma.
Depois de combinar o horário, deixo o celular de lado e foco na primeira parte do nosso dia, a consulta com a Pediatra.
Nossa manhã foi incrível, consegui o relatório da Pediatra e ela ainda confirmou que topa ser testemunha a favor do Bernardo. Em seguida seguimos pra psicóloga. Eu fiquei bem mais confortável e leve depois de ter a minha consulta com a Ari, e o Bernardo me pareceu mais sorridente depois de conversar com a Ane, sua psicopedagoga.
Seguimos pra decoradora, mas ali ele não participou, ficou só na sala de espera me esperando e desenhando. Depois de amar o projeto que ela criou e dar carta branca pra colocar em prática seguimos pro shopping.
Ali foi o ápice da nossa manhã. O shopping havia acabado de ser aberto, seguimos pro espaço kids e eu e o Bernardo brincamos em quase todos os brinquedos. Sem dúvidas foi incrível.
Fizemos algumas compras e depois de pegar MC para nosso almoço, seguimos pra casa.
Bernardo estava mais feliz que o normal e muito animado com o presente que resolvi lhe dar, um tablet.
Eu queria um jeito de deixá-lo próximo a mãe dele, pra que ele não sofra com tanta saudade e um tablet o ajudaria a ter contato com ela por chama de vídeo.
Ao chegar em casa, desço e ajudo o Bernardo a fazer o mesmo. Levo as nossas compras e deixo no sofá, tenho certeza que o Bê vai querer mostrar pro Luan tudo o que compramos.
Volto pro carro e pego as sacolas do MC, assim que entro em casa novamente, encontro o Luan sentado no sofá com os cabelos molhados e prestando atenção no Bernardo, que assim como eu imaginei, mostra tudo o que compramos pra ele.
-adivinha o que eu trouxe?-falo alto e mostro as sacolas pra ele
-opa, isso me interessa-ele diz animado
-cadê a Eduarda?
-tava acordada até agora, mamou e dormiu
-não era pra dar mamadeira-olho pra ele brava
-como eu ia saber?
-hora do almoço é hora de comer comida né Luan-cruzo os braços irritada
-desculpa estressadinha, depois você dá comida pra ela-me puxa, mas me afasto e sigo pra cozinha-DESCULPA MINHA MORENA-ele grita da sala e eu dou risada
Apesar do nosso almoço ser fastfood, arrumo a mesa toda bonitinha e deixo nossas escolhas separadas.
-ei-Luan entra na cozinha-tá brava mesmo?-pergunta pra ter certeza e eu controlo a minha vontade de rir
-tô-reviro os olhos
-oh amor, desculpa, não sabia que não podia dar mamadeira pra ela, mas ela ficou manhosa e eu decidi dar já que vocês estavam demorando
Me aproximo dele franzindo o cenho e ele fica em alerta, me aproximo o suficiente pra ficar grudado nele.
-não precisa me matar-ele diz com medo
Seguro seu rosto entre as minhas mãos e lhe dou um selinho rápido.
-quem foi que disse que vou te matar?-beijo seu queixo
-com essa carinha de brava, eu pensei que iria no mínimo ficar sem minhas bolas-ele me agarra pela cintura
-eu gosto delas onde estão-passeio minha mão pelo seu peito, barriga e quando chego perto de seu membro o Bernardo aparece me fazendo afastar-oi Bê-respondo sem nem saber o que ele disse
-tô com fominha-passa a mão na barriga
-vem comer então-puxo ele pela mão e o ajudo a sentar na cadeira na mesa
-te amo-Luan fala no meu ouvido e beija meu pescoço
Apenas sorrio pra ele em retribuição e me sento também.
Pego o meu lanche e deixo no prato junto com as minhas batatas fritas.
Faço o mesmo com o lanche do Bê e o Luan fica me olhando, provavelmente esperando que eu faça o mesmo pra ele.
Puxo seu prato e a sua sacola e ele fica olhando um lanche que está "sobrando".
-por que tem um lanche sobrando? Não vai me dizer que é da Madu
-é seu, você não satisfaz com um só-falo o óbvio
-me chamando de gordo né? Certinho-ele diz e o Bernardo solta uma gargalhada
-não é mentira-ele diz me fazendo rir
-se ele falou, tá falado-dou de ombros
Volto a me levantar e pego refrigerante. Já que vamos meter o pé na jaca, que seja por inteiro.
Comemos os nossos lanches conversando e como eu já esperava Luan comeu dois.
Assim que terminarmos, pego sorvete na geladeira pra gente e comemos enquanto o Bernardo contava sobre sua consulta com a sua psicopedagoga.
-foi legal então?-Luan pergunta e ele concorda com a cabeça
-foi muito legal, eu desenhei um monte, eu desenhei eu, eu desenhei a mamãe, o papai a Maria e a Mel
-você me desenhou?-pergunto surpresa, eu não vi o desenho dele
-sim, de mão dada com o papai-ele conta focado no sorvete que está quase acabando
-quer mais sorvete?
-quero-responde rápido
Pego mais um pouco e coloco pra ele que sorri agradecido.
-quer?-pergunto ao Luan que também está focado no seu sorvete acabando
-quero-assenti confirmando
Coloco mais pra ele que continua focado no sorvete, como uma criança feliz.
-Luan-tento chamar sua atenção, mas ele não me olha-amor-chamo manhosa e ele finalmente me olha
-me chamou de quê?-ele parece não acreditar
-eu conversei com a Ariane enquanto o Bê conversava com a Ane, ela me recomendou uma coisa-ignoro sua pergunta
-que coisa?
-falei sobre a nossa situação com ela e ela nos sugeriu uma terapia de casal
-terapia?-pergunta sério
-será como as minhas consultas, só que ao invés de eu ir sozinha, eu vou com você e falaremos sobre a nossa relação, o que gostamos um no outro, o que nos incomoda, essas coisas
-entendi-ele volta a olhar o sorvete que está virando água
-se você não quiser, não tem problema, eu posso continuar só com as minhas consultas individuais
-eu quero-ele responde rápido-vai dar certo, vamos fazer isso, precisamos acertar tudo pra que eu possa ouvir isso sempre
-isso o que?
-você me chamando de amor-dá de ombros fingindo não se importar e eu sorrio pra ele
Escuto a campainha tocar e sou a única que presta atenção.
-pode deixar que eu atendo-sou irônica e mesmo assim não ganho a atenção deles
Sigo até a porta e abro dando de cara com uma mulher muito bonita, loira e bem vestida, ela me parece nervosa.
-olá, em que posso ajudar?-pergunto sendo simpática
-pode me ajudar devolvendo meu filho-ela diz e eu tiro o sorriso do meu rosto
-Priscila-sussurro e ela sorri irônica confirmando com a cabeça
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♥️♥️♥️
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