quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Capítulo 55

-vaza-me levanto irritada-na minha frente você não vai bater nele não, sai da minha casa-puxo o Bernardo do colo dela
-Mel-ele diz choroso
-desculpa Bê, mas não vou deixar-aviso e o Luan o aperta em um abraço

Grudo no braço da Priscila e a levanto do meu sofá.

-me solta-ela berra
-fala baixo na minha casa-arrasto ela pela sala em direção a porta
-me larga-ela se debate e se solta
-quer que eu chame a polícia pra você Priscila? Quer?
-me tira por mal-ela pede com um sorriso debochado
-não vou te bater Priscila, não se não for em minha defesa, pode falar o que quiser que não vai conseguir, não vou perder a minha razão, a guarda do Bernardo vai vim pro Luan, você querendo ou não-provoco doida pra ela perder a razão
-vai lá ver a Maria-escuto o Luan dizer-fica um pouquinho lá com ela, olhando ela-ele diz e escuto o Bernardo subir
-o Bernardo é meu-ela cresce pra cima de mim
-não é mais-debocho
-Mel-Luan gruda no meu braço me afastando dela

Escuto o barulho da buzina do carro lá fora e eu ando até a porta, abro a mesma e coloco a mala da bruaca pra fora. Ela vem atrás de mim e me olha com raiva.

-tira a mão da minha mala-me dá um tapa na mão
-posso pegar?-o motorista se aproxima pra pegar a mala
-NÃO-ela grita com o moço
-não grita, ninguém aqui é surdo-Luan diz puto pela falta de educação-e vai embora logo-ele mesmo pega a mala e dá pro moço que fica com medo de pegar
-larga a minha mala-ela vai pra cima do Luan e eu entro na frente
-levanta esse trem embora Testa-Luan diz atrás de mim e só ai eu percebo que o Rober acabará de chegar
-bora Priscila, para de show-Rober tenta se aproximar, mas ela grita
-você é surtada-falo calmamente
-quer ver a surtada?-ela se aproxima e me dá um tapa na cara
-PRISCILA-Luan dá um grito
-vocês viram que ela deu o primeiro tapa né?-pergunto pro motorista do carro, pro Rober e pro Luan, todos os três concordam-ótimo-sorrio

Me aproximo da Priscila e grudo em seu cabelo no mesmo momento sinto um tufo sair em minha mão, provavelmente tudo isso é aplique. Puxo seu cabelo pra trás com certa força e ela arranha meu braço tentando me fazer soltar.

-isso não é pelo Luan-falo próxima do seu rosto e ela cospe na minha capa-além de tudo é porca é?-dou um tapa na sua cara
-me solta-ela diz brava e eu dou risada
-vai embora agora?
-vou
-que bom-grudo ainda mais em seu cabelo, fazendo ela entortar ainda mais a cabeça pra trás-como eu disse, isso não é pelo Luan, é pelo Bernardo, quando pensar em bater nele de novo lembra disso-jogo ela no chão e um pouco do seu cabelo fica em minha mão-antes que eu me esqueça-me ajoelho ao seu lado e lhe dou um tapa forte em cada lado da sua cara, minhas mãos chegam a arder de tão forte que foi-nunca mais encosta sua mão suja em mim, imunda

Jogo o cabelo dela ao seu lado e ela se senta no chão ofegante. Saio de perto dela e me aproximo do motorista que olha toda a situação assustado.

Luan dá sinal pro Rober se aproximar e eu deixo eles ali, só preciso ter certeza que o Bernardo não viu nada disso e que ele está bem.

Entro em casa e primeiro sigo pra cozinha, tomo uma água e olho meu braço direito todo arranhado.

Respiro fundo tentando me manter calma e deixo o copo na pia.

Sigo até as escadas e subo. Ao entrar no quarto da Maria, encontro ela acordada e atenta ao Bernardo que conversa com ela.

-Bê-chamo sua atenção e ele me olha de bico-desculpa ter mandado sua mãe ir embora, mas o que ela faz não é certo
-eu tava com saudade dela-ele diz birrento
-vem aqui-me sento na cama e chamo ele que nega-por favor Bê, sou eu, a Mel-peço manhosa e ele se aproxima

Ajudo ele a sentar do meu lado e me sento de lado, ficando de frente pra ele.

-o que sua mãe te disse aquela hora?-pergunto curiosa
-não posso falar-ele coloca as mãozinhas na boca
-tudo bem, se você não confia em mim pra dizer, tudo bem
-eu confio, mas a mamãe disse pra não falar-ele diz tristonho
-tudo bem então Bê, não vou insistir-faço carinho em seu rosto-mas entenda uma coisa, é feio bater nas pessoas, isso não é legal
-mamãe sempre faz-ele diz inocente
-ela faz, mas não é certo, não é bonito isso, o que ela faz é errado e machuca você e eu nunca mais vou deixar que alguém machuque você, por isso eu pedi pra ela ir embora, porque ela te deu um tapa
-ela queria que eu parasse de falar com você, mas eu gosto de você Mel-ele alisa meu cabelo carinhosamente
-você não precisa parar de falar comigo pra amar sua mãe, você não tá errado amor, ela tá errada
-mamãe vai voltar?-faz um biquinho
-acho que não, mas o seu pai te leva pra ver ela na hora que você quiser
-quero minha mãe-ele começa uma crise de choro

Puxo ele pro meu colo e deito na cama com ele. Deixo ele chorar o tanto que ele quiser, eu não posso ceder, não posso ter aquela mulher aqui, ela me faz querer perder a cabeça e eu não quero fazer isso, principalmente na frente do Bernardo.

Depois de alguns minutos o choro do Bê fica silencioso, encaro ele ainda abraçado comigo e percebo que ele está dormindo.

Me afasto e ajeito ele na cama. Me levanto e me aproximo do berço. Madu continua acordada e quieta, pego ela no colo, olho sua fralda cheia de xixi e troco. Tiro o mijãozinho dela e deixo ela somente com o body de calor.

Desço as escadas com ela e assim que chego na sala, encontro o Luan sentado no sofá de cabeça baixa e me parece bastante pensativo.

-ei-chamo sua atenção e ele levanta a cabeça nos olhando
-vem cá-me chama

Me aproximo dele carregando a Maria e me sento, Madu praticamente se joga pra frente implorando colo ao pai.

-nossa, nem parece que ficou a manhã toda contigo-entrego a pequena pra ele e cruzo os braços
-é porque eu sou mais divertido-ele pisca pra mim e eu apenas reviro os olhos

Me jogo pra trás no sofá e fico encarando os dois, vejo quando o olhar do Luan sai da pequena e vem até meu braço arranhado.

-me desculpa por isso-ele segura a Maria com uma mão e a outra ele estica e passa o dedo delicadamente nos ferimentos
-tá tudo bem, só espero que ela não tenha doenças, isso com certeza me infectaria
-passou álcool?
-não-respondo normalmente-passei água, está de bom tamanho
-de bom tamanho nada, tem que passar álcool pras bactérias morrerem
-tudo bem-tento me levantar e ele me segura-que foi? Mudou de ideia?
-não, só quero me desculpar por isso, pelo tapa, pelo show, pela visita, por tudo-ele me olha nos olhos
-eu provoquei o tapa pra poder retribuir-dou de ombros e ele ri
-você esteve muito sexy enquanto estava grudada nos cabelos dela
-você acha?-aproximo minha boca da sua e percebo minha filha atenta
-é, eu acho
-você acha-roço meus lábios nos seus e me afasto-deixa eu passar álcool aqui logo-saio dali e escuto ele resmungar alguma coisa

Dou risada do seu descontentamento e sigo pra cozinha.

Procuro o álcool ali e não encontro. Procuro juntos com os produtos de limpeza e acho o mesmo.

Jogo um tanto bom nos machucados e sinto arder, sem resistir solto um palavrão alto demais.

-tudo bem por aqui?-Luan aparece com a Maria no colo
-sim, é que ardeu pra caramba
-me desculpa
-para de se desculpar, eu amei grudar naqueles cabelinhos e dar uns tapas naquela carinha toda bonitinha
-ela é pirada, gritou com o motorista e só foi embora, porque o Testa levou, ela não quis ir no Uber
-louca mesmo, eu concordo
-o motorista disse que caso precise que ele confirme que você só se defendeu, ele pode confirmar
-conversou com ele?
-sim, Testa pegou o número dele, anotou a placa, já dei 5 estrelas no aplicativo e fiz um comentário foda, tiramos uma foto comigo dentro do carro pra ele dizer que é o Uber das estrelas-ele me faz sorrir
-que bom que deu tudo certo, espero que ela não use isso contra você
-relaxa, se ela usar temos o motorista como solução, ele viu tudo
-obrigada por pensar nisso, na hora eu só quis ir ver como o Bernardo estava
-e como ele está?
-agora dormindo, mas antes ele chorou, ele não entende que o que a mãe dele faz é errado, ele ama ela apesar de tudo
-isso é o que mais me dói
-o que?-guardo álcool e pego a caixinha de primeiros socorros
-ver ele amar alguém que não merece o amor dele, ver ele sofrer por alguém que não se importa com o bem dele
-ele é pequeno demais pra entender, mas esse dia vai chegar e eu tenho certeza que ele vai te agradecer
-te amo viu-segura meu rosto com uma mão
-me ama tanto a ponto de fazer o jantar?-pergunto pretensiosa e ele ri
-só se for miojo
-se for aquele seu miojo com requeijão, mussarela, presunto e frango, eu super topo-sugiro o prato e ele concorda com a cabeça
-ok, jantar por minha conta-ele confirma e eu bato palmas animada, minha filha faz o mesmo
-até ela ficou feliz pelo meu dia de folga-beijo a bochecha do Luan
-aquilo que disse quando a Priscila tava aqui, é real?
-sobre o que?-pergunto já sabendo o assunto
-sobre aquele negócio que conversamos na mesa-ele diz como quem não quer nada
-negócio?-finjo não entender
-deixa pra lá-ele se afasta
-tá falando sobre aquele negócio de eu te amar muito mais que ontem?-pergunto e ele me olha bravo
-você tinha entendido de primeira né?-me dá um cutucão na cintura
-sim, mas gosto de te ver assim-beijo seu queixo
-assim como?
-desconfortável
-te amo viu-segura meu rosto pelo queixo e aproxima sua boca da minha
-quando eu disse aquilo, era real, sim, eu te amo, muito mais que ontem e com certeza menos que amanhã-lhe dou um selinho demorado e me afasto-dá pera raspada pra ela, ela adora-peço apontando pra minha filha-vou passar remédio nesses cortezinhos e já vou lá
-vou pegar um Danone pra você e deixar na mesa
-agradeço-jogo beijo pra ele que sorri

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