Capítulo 70

Meu sono é pesado, porém é interrompido com o meu celular despertando avisando que está na hora de levantar.

Abro os olhos e vejo que estou nua e deitada na nossa cama, nosso quarto, na pousada.

Desligo o alarme e me viro na cama. Sinto minha cabeça doer um pouco e as coisas começarem a girar um pouco.

-eu não devia ter bebido-falo sozinha

Respiro fundo já pensando que terei que fazer mala e me viro pro Luan. Ele dorme profundamente e fala coisas nada a ver.

Me levanto sem muito ânimo e desligo a música do celular do Luan, ele colocou pra tocar ontem quando começamos a namorar e simplesmente esqueceu de desligar.

Coloco o seu celular pra carregar e vou pro banheiro.

Escovo os dentes, lavo o rosto, aproveito a minha nudez e entro no box. Tomo um banho tranquilo e bastante relaxante, saío do banheiro e o Luan continua da mesma forma.

Pra não ser atacada por ele, eu me visto já pronta pra viajar e peço nosso almoço. Em seguida me jogo em cima dele. Luan acorda assustado e me olha apavorado.

-o que aconteceu?-pergunta preocupado e eu dou risada
-aconteceu que tá na hora de acordar, nosso almoço chega já já e o nosso carro também-roubo um selinho dele
-que susto Mel, achei que tinha acontecido alguma coisa-ele esfrega os olhinhos
-levanta bebê
-tô com dor de cabeça-ele boceja-e com sono
-chegar no jatinho você dorme e vai tomar banho que eu te dou um remédio, também estou com a cabeça doendo
-tá bom-ele nos vira na cama e fica por cima-que pena que temos que ir embora, foi incrível ficar aqui só com você
-foi mesmo, tô feliz que podemos comemorar nosso primeiro ano de casados, mesmo que tenha demorado um pouco pra comemorarmos
-o importante é que comemoramos e foi incrível
-agora que você trabalha em casa, vou tentar deixar sempre um final de semana livre pra gente ficar juntinhos, sem as crianças
-eu vou amar
-que bom-seu nariz toca o meu e eu o abraço apertado
-agora vai, precisamos comer pra enfrentar a fera chamada Priscila-afrouxo o abraço e ele se afasta
-já volto-se levanta e vai pro banheiro

Depois de namorar a bunda branca do meu marido, pego meu celular e ligo pra minha mãe por vídeo.

Converso com ela e a Madu, que gruda no celular e resmunga como se estivesse conversando.

Escuto a campainha tocar e encerro a ligação. Atendo e é o nosso almoço.
Ajudo ele a deixar tudo na mesa e depois de agradecer, ele sai.

Espero meu marido por mais cinco minutos, até ele sair com uma toalha enrolada na cintura.

-quem veio aqui?-pergunta abrindo a mala

Me aproximo dele e escolho uma roupa.

-um moço que veio trazer o almoço
-hum-resmunga se vestindo e eu apenas ignoro

Enquanto ele se troca, aproveito pra arrumar as malas. Deixo tudo no jeito e pra fora apenas o que dá pra levar na mochila.

Ele passa perfume e me aproximo já cheirando seu pescoço.

-que cheiro bom-beijo seu pescoço e me afasto-bora almoçar que tô louca pra ir logo
-vamos-ele se aproxima e me agarra pela cintura, me guiando até a sala de jantar

(...)

Desembarcamos em Minas as três e apesar de odiar estar na presença da Priscila, eu preciso ir, não posso desamparar o Bernardo.

Uma van já nos espera na pista e rapidamente estávamos dentro dela e seguindo em direção a casa da Priscila.

Chegando lá, como ela mora em apartamento, eu desço pra falar com o porteiro e conseguir liberar nossa entrada. Ando até ele e ele se aproxima sorrindo.

-o senhor sabe se a Priscila tá aí?-pergunto educada e ele faz careta
-não, ela aproveitou que a mãe dela teve que socorrer uma irmã e saiu
-ela levou o Bernardo?
-não, o menino tá ai, inclusive eu tava subindo pra vê-lo, ela deixou ele sozinho e você sabe como é criança né?
-ela deixou ele sozinho?-tento conter a minha fúria
-sim, disse que já voltava, eu liguei pra mãe dela e a dona Isabel disse que tá vindo pegar o menino e que nunca mais deixa ele sozinho com a filha-ele conta
-será que pode nos deixar entrar?
-quem é a senhora?-pergunta
-eu sou madastra dele, o pai tá na van esperando eu conseguir uma liberação pra entrar
-mas o pai do menino é o Luan Santana-diz desconfiado
-sim, ele é o meu marido-dou um sorriso
-meu Deus, que honra receber ele aqui-ele está realmente surpreso-mas eu não posso deixar vocês subirem, vocês não tem permissão
-por favor-imploro, mas não cola
-eu realmente não posso, é regra, aqui tem câmeras e eles olham tudo, se souberem que permiti sem pedir permissão pra dona Priscila ou pra Isabel, eu perco o meu emprego
-poxa-fico desanimada
-mas a dona Isabel disse que está vindo, acho que ela não demora, vocês podem esperar ela chegar e se ela disser que pode, então eu libero vocês
-tudo bem então, mas por favor, sobe lá e vê se o Bernardo tá bem?-peço angustiada-eu te pago pra ir lá, só preciso ter certeza que ele está bem
-eu já tava indo quando você apareceu, claro que vou, desço logo e te dou notícias-ele avisa e depois de me ver concorda com a cabeça ele sai

Volto pra van chateadissima, o motorista que espera do lado de fora, abre a porta e me ajuda a subir o degrau.

-vamos esperar mais um pouco viu-aviso a ele que concorda e fecha a porta pra nos dá privacidade
-o que foi? Eles saíram?
-Bernardo está lá em cima sozinho
-QUE?-ele grita
-parece que a Isabel teve que ir socorrer uma irmã e quando ela saiu a Priscila aproveitou e saiu também
-vamos lá-ele se levanta e eu o puxo de volta
-não podemos subir, tentei de tudo, o porteiro não vai deixar, mas ele disse que assim que viu a Priscila saindo sozinha ele ligou pra Isabel e avisou que ela deixou o Bê sozinho, ela já deve estar vindo, vamos esperar e quando ela chegar subimos com ela
-sabia que não era boa ideia isso dá Priscila ficar o final de semana com ele, sabia-ele está visivelmente chateado-o Bernardo tem 4 anos Mel, 4 anos, ela é louca
-vai ficar tudo bem, não faz tanto tempo que ela saiu, o Bê deve estar assistindo alguma coisa
-não tenta me acalmar, eu estou explodindo de ódio daquela mulher, não se mete nisso
-ok-me ajeito no banco e fico olhando pra fora esperando a Isabel chegar
-ei, Mel, desculpa, eu não quis ser grosso-ele tenta ter minha atenção, mas continuo da mesma forma até ver a Isabel descer de um carro
-Isabel chegou-me levanto, mas ele me puxa de volta

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