sábado, 19 de janeiro de 2019

Capítulo Final

Ele me olha em choque, sem saber o que fazer ou o que falar. Ele acabou de acordar e recebe isso em seu colo, não tenho dúvidas do quanto ele está confuso.

Mesmo parecendo confuso, ele abre um sorriso e senta mais perto de mim. Luan pega as pulseiras na mão e vejo uma lágrima escorrer de seus olhos.

-você estava mal, muito mal e eu via isso todos os dias, eu sentia na pele os reflexos da sua doença. Me doeu, me cansou, me machucou, mas em nenhum momento eu quis desistir-ele me encara-quando você me disse que ia buscar uma ajuda, que ia se tratar, eu senti alívio, meu coração ficou leve, eu senti ali uma esperança, porém com o passar dos dias eu tive medo, não senti tanta firmeza em você e isso mexia com a minha insegurança, eu ainda tinha medo, mas não mostrava que era pra não te desmotivar-respira fundo, mas não consegue conter o choro forte-quando você me deu isso aqui-ele volta a olhar as pulseiras-e me pediu em casamento, você me trouxe de volta a vida, ali eu percebi que você realmente queria mudar, queria se salvar, foi ali que eu entendi que tudo tinha mudado pra melhor, que seríamos ainda mais fortes, ainda mais unidos, ainda mais família.-seu olhar volta de encontro com o meu-naquele dia eu te disse um sonoro sim e hoje eu te digo um com certeza, é claro, eu quero e aceito me casar contigo-ele me faz sorrir toda boba

Me aproximo ainda mais dele e início um beijo lento, puro e cheio de sentimentos bons.

-eu amo você-me declaro
-e eu amo você, obrigada por me surpreender desse jeito-ele faz um carinho em minha nuca
-agora que aceitou, por favor, vai tomar banho e se arrumar, eu preciso fazer o mesmo-me afasto e me levanto
-banho você já tomou-se aproxima e cheira meu pescoço, mas eu rapidamente me afasto
-Lua de mel é só mais tarde-pego a caixa com a roupa dele e coloco na cama-aqui tem tudo o que você precisa, me espera na sala tá?-converso com ele que concorda com a cabeça e entra no banheiro

Sigo pro quarto da Bruna levando minha necessarie, passo creme de pele, perfume, desodorante e finalmente visto minha roupa. Me olho no espelho e gosto do que eu vejo.


Sinto uma emoção que mal cabe dentro de mim e que está louca pra sair pelos meus olhos. Respiro fundo e pego o meu buquê que está dentro da caixa que estava minha roupa.

Saio do quarto depois de alguns minutos tentando não chorar e desço as escadas até a sala.

Encontro o meu marido já pronto, em pé perto do sofá. Assim que ele escuta meus passos, ele se vira e se emociona, assim como eu.

Fico próxima dele e seu olhar desliza pelo meu corpo me olhando sem malícia, mas com muito amor.

-não sei nem o que dizer-ele diz com a voz embargada e eu sorrio entre lágrimas

Dou uma voltinha pra que ele olhe toda a minha roupa e escuto ele soltar um "Ual".

-não sei se eu mereço tudo isso-seu choro se intensifica e eu me aproximo dele também o olhando por completo
-você tá lindo amor-elogio e ele sorri ainda me olhando como se não acreditasse
-eu te amo muito-ele se declara, me dá um selinho e limpa minhas lágrimas
-tá pronto?-pergunto encarando seu rosto molhado
-tô-respira fundo e limpa as próprias lágrimas
-tá com as pulseiras ai?
-ops-ele faz uma carinha de confuso e eu dou risada
-se você não tivesse esquecido, não seria você

Ele faz um biquinho por causa da minha afirmação, mas sobe correndo pra buscar o que esqueceu.

Quando ele volta, ele me mostra as jóias e depois de eu o certificar que não falta nada, seguimos pra praia.

Eu imaginei isso tudo, mas agora ver de perto, tão simples, mas com tanto amor, fez meu coração se alegrar ainda mais.


Mal nos aproximamos e Sinal de amor começa a tocar, andamos pela praia olhando a todos ali com um sorriso bobo no rosto.

Ver os nossos filhos perto do pequeno altar que foi montado, me fez chorar ainda mais do que eu já chorava.

No altar uma cerimonialista especialista em renovação de votos e casamentos. Ela sorri simpática pra gente e nós retribuímos, mesmo sem perceber.

-Boa tarde a todos-ela inicia a cerimônia e vejo o sol começar a querer se pôr-vou começar lendo um texto sobre o casamento, texto esse escrito por um gênio, o Professor Felipe Aquino-ela segura um papel na mão-O casamento não é uma aventura nem um “tiro no escuro” como dizem alguns; é, sim, um projeto sério de vida a dois, no qual cada um está comprometido em fazer o outro crescer, isto é, ser melhor a cada dia. Se a esposa não se torna melhor por causa da presença do marido ao seu lado, e vice-versa, então o casamento deles está sem sentido, pois não realiza sua primeira finalidade. Também um namoro, um noivado, ou até uma simples amizade, não terão sentido se um não for para o outro um fermento de auxílio e crescimento. Enfim, o casamento não é para “curtirmos a vida a dois”, egoisticamente; ele existe para vivermos ao lado de alguém muito especial e querido que queremos construir. É por isso que se diz que “amar não é querer alguém construído, mas, sim, construir alguém querido.”-ela respira fundo antes de continuar-Para ajudar o outro a crescer é preciso aceitá-lo como ele é, com todas as suas qualidades e defeitos. A partir daí é possível então, com muita paciência e carinho, ajudar o companheiro a crescer; e crescer quer dizer “atingir a maturidade como pessoa humana” no campo psicológico, emocional, espiritual, moral, etc.-assim que ela termina de ler, ela sorri nos olhando-casamento pode se resumir em tolerância e cuidado, casamento não é como um pedaço de papel, que se for amassado nunca mais volta ao normal, no casamento é preciso saber que nem tudo são flores, mas que se houver a tolerância, o diálogo, o casal saberá que obstáculos aparecem, mas que eles estão ali para que eles ultrapassem juntos. Vocês são um exemplo de amor e companheirismo, mesmo a vida usando vocês como peças de uma quebra cabeça, vocês nunca desistiram de monta-lo por inteiro, vocês nunca desistiram e por isso estão onde estão. E hoje, graças a isso estamos aqui pra reafirmar o amor de vocês e marcar um recomeço na vida de vocês-ela sorri e continua a falar palavras bonitas

Escuto tudo atentamente, as vezes olho pro lado e pego o meu marido me encarando com um sorriso bobo nos lábios. Eu consegui surpreende-lo e foi de uma forma boa, isso faz com que eu transborde de amor.

Chegou o momento de nós falarmos e eu sabia que eu vacilaria no meio dos meus votos, mas mesmo assim tomo a palavra pra mim.

-chegar aqui onde chegamos é pra poucos. O nosso começo foi fácil demais, mas foi com a separação que entendemos que o nosso relacionamento não tava bom, era fácil, mas não era bom. Seguimos rumos diferentes, vivemos nossas vidas separadamente, quebramos a cara e foi preciso a gente se perder pra se encontrar, foi preciso tempo pra gente perceber que pertenciamos um ao outro-respiro fundo pra conter a emoção-antes eu não entendia o porquê tudo aquilo aconteceu, eu não entendia o propósito, quando voltamos, eu achei que tinha entendido, mas eu não tinha, eu só entendi realmente agora-aquilo tudo aconteceu para que pudéssemos amadurecer o suficiente para vivermos pra sempre juntos-sorrio pra ele-a doença me tornou mais humana, me tornou mais sensível ao olhar o outro, me tornou adulta, me tornou madura. A minha doença te tornou responsável, companheiro, fiel, maduro, humano. A doença tentou nos separar, mas tudo o que ela conseguiu foi nos juntar ainda mais-uma lágrima escorre dos meus olhos-nós nos afastamos por um tempo, mas agora eu só te quero perto, eu quero amar você intensamente, eu quero que a gente se ame sem preocupação com que o outro vai achar, eu quero ser sua aos olhos de Deus, eu quero tudo que há de melhor no mundo pra gente, antes eu já te amava e hoje em dia eu respiro você, eu quero o pra sempre, eu quero você, eu amo você-encerro meu voto pra não ficar tão repetitivo, já que a minha vontade é dizer por muitas vezes o quanto eu o amo
Luan respira fundo e limpa algumas lágrimas que desceram pelo seu rosto. Ele toma a palavra pra si e eu sei que agora não conseguirei conter as minhas emoções.
-eu concordo com exatamente tudo o que você disse, precisamos nos perder um do outro, para podermos nos encontrar e firmar o nosso amor pra sempre.-seu sorriso alegra o meu coração-Mel, eu te amo tanto, que eu poderia ficar aqui horas e horas repetindo isso, mas eu sei que muito melhor do que falar, é demonstrar e é exatamente isso que farei daqui em diante, irei demonstrar no dia a dia o tamanho do meu amor, o quanto eu quero você, o quanto eu respiro você.-ele estica a mão e limpa minhas lágrimas que escorrem-Quero que saiba que você é a minha paz quando a vida está uma bagunça, que você é a minha luz, quando tudo vira escuridão, que você é a minha solução quando tudo parece estar perdido. Obrigado por cada momento que você me faz querer viver, obrigado por me ajudar a crescer, obrigado por me fazer ser mais humano. Você é uma linda lição de vida que ensinou a todos a importância da vida, a importância do se preocupar com o outro. Desejo pra nós muito de Deus, pois Deus é amor, Deus é bondade, Deus é paz, Deus é felicidade e isso é extremamente o que desejo pra gente.

Apesar de não ser o momento eu me aproximo dele e nós nos beijamos transparecendo todo nosso amor.

-eu quero ser seu pra sempre-ele diz me fazendo sorrir entre o beijo
-eu quero ser sua pra sempre-sussurro-te amo muito
-eu te amo infinito-ele sussurra de volta e nos afastamos

A nossa cerimônia continua lindamente, eu e as mulheres da família até tentamos não chorar, mas tantas coisas lindas são ditas, que fazem o nosso coração transbordar de amor.

-agora sim, o marido pode beijar sua esposa-a cerimonialista brinca com o beijo que demos depois dos votos

Luan nem hesita, ele simplesmente se aproxima, me segura pela nuca e me toma em seus braços. Nosso beijo tem gosto de amor novo, de renovação, de confiança.

-quer casar comigo de novo?-Luan diz antes das pessoas se aproximarem e eu olho pra ele, espantada-agora que eu me lembrei o quanto é bom casar contigo, eu quero casar todo mês-me faz rir
-bobo-dou um selinho em seus lábios
-tá bom, agora é sério. Casa comigo de novo?-ele reafirma a pergunta e dessa vez eu entendo que é sério
-sim, caso, é claro, com toda certeza do mundo-aperto ele no abraço e ele retribui
-obrigado por ter feito tudo isso pra gente-alisa minha bochecha
-eu queria que não ficasse dúvidas do quanto eu amo você e o tanto que eu acredito em você
-não ficou nenhuma-ele sorri e se afasta olhando a fila formada para os cumprimentos

Falamos com todos, tiramos fotos com todos, recebemos todo o amor que eles tinham pra nos dar e em seguida seguimos pra nossa sessão de fotos com o fotógrafo que contratei pra esse momento.

-você preparou cada detalhe em-junta nossas mãos
-sim, cada detalhe. Tinha que sair tudo perfeito-dou de ombros
-e num é que saiu

Durante nossa sessão de fotos o sol começa a se pôr, a vista fica incrível e todos paramos para olhar aquele céu quase laranja.


Sinto minhas pernas serem abraçadas e olho em encarando o Bernardo. Logo atrás dele vem o Miguel de mãos dadas com a Madu e no colo do meu pai, nossa pequena Cecília.

Meu pai se aproxima sorrindo e me entrega a pequena, ele nos olha todos juntos e fica emocionado.

-eu sempre quis que você tivesse uma família linda e hoje você tem-ele me faz chorar
-eu amo você pai, obrigada por tudo o que fez por mim, por me levantar todas as vezes que eu cai-o abraço do jeito que dá
-amo você-ele beija minha testa e em seguida se afasta nos deixando com as crianças

O sol finalmente some e enquanto encaro o céu agradecendo a Deus por todas as maravilhas que ele me deu, sinto o meu marido me encarando. Termino a minha oração e me viro encarando ele também.

-você não tem noção do quanto estou feliz pelo começo do nosso infinito-ele sorri
-eu tenho noção-coloco os meninos na nossa frente, fico colada de lado com o Luan-eu sinto essa felicidade
-para sempre?-ele se aproxima e sussurra contra a minha boca
-para sempre!-concordo e beijo seus lábios

"Desfrute de cada momento da sua vida sem medo, por que para ser feliz não tem segredo. Viver é nascer com o novo dia, é sorrir depois de cada dor, é conservar o coração para sentir um grande amor."
FIM



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Espero que tenham gostado ♥️

Capítulo 96

Melissa narrando

O dia amanheceu lindamente e passamos a manhã toda na praia. Depois de almoçar fora voltamos pra casa e chamo o Luan pra deitar um pouco.

As crianças depois de um banho dormiram deliciosamente e depois de alguns minutos o meu marido também dormiu e eu sabia que isso duraria bastante tempo, por isso me levanto e levo as crianças para os outros quartos, pois sei que se eles acordarem aqui, eles acordarão o pai e não é o que eu quero.

Ao chegar na sala todo mundo me olha e olha pra trás de mim, tentando saber se estou sozinha ou não.

-estou sozinha, ele dormiu-aviso e todo mundo começa a falar sem parar
-vou lá dar o sinal pra arrumarem a praia-Rober se levanta e sai
-e eu vou pedir para prepararem a mesa de comes-minha mãe levanta e a Marizete vai atrás
-pulseiras?-pergunto pro Guto que ficou responsável e ele me mostra que está no bolso do short-Bruna-me viro pra ela
-vem, vou te mostrar as roupas-ela se levanta e se aproxima
-obrigada a todo mundo que está aqui, vocês sabem o quanto são essenciais pra mim né? Amo todos vocês-me declaro, mas logo saio com a Bruna, não tô afim de chorar

Já no quarto da Bruna, ela me mostra minha roupa "simples" e a do Luan também. Gosto do que vejo e ao invés de agradecer falando eu puxo ela pra um abraço apertado e ela entende que aquilo é um pedido de agradecimento.

-de nada-ela sorri com a voz fanha e eu me afasto vendo ela chorar, assim como eu-tá ok, chega de lágrimas, olha a roupa das crianças-ela vasculha umas caixas e me mostra tudo

Novamente não tenho palavras pra agradecer e eu apenas sorrio olhando tudo maravilhada.

-você quer isso também?-pergunto pra Bruna, mas ela não entende
-isso o que? Um look? Eu tenho
-não, não um look. Tô falando sobre casar
-ah-sai baixo e vejo que ela está com vergonha, coisa que acontece raramente
-pode falar amiga, sou toda ouvidos
-eu quero casar, na verdade eu ainda nem penso em casar mesmo, fazer festa essas coisas, nós só queríamos juntar os trapos, ter um cantinho pra chamar de nosso e morar juntos-ela dá de ombros
-e porque num fazem isso?
-você sabe que eu ganho pouco com o teatro, o Jef ganha bem, mas não o suficiente pra bancar um aluguel, contas e me bancar
-e se vocês tivessem um apartamento, seria mais fácil?
-sim, bem mais fácil-ela me encara-nem pense em me dar um apartamento-me repreende e eu dou risada
-eu não vou te dar, você já tem um
-não tenho-faz biquinho
-tem sim, o Luan comprou um apartamento pra você, tá tudo certo e está em seu nome, mas ele tinha medo de falar e você entender como se ele estivesse te apressando
-o Luan? Me apressando? Nunca né?-ela diz um pouco emocionada-é sério isso?
-sim, seríssimo, ele queria te dar um presente por ser sempre tão boa com a gente, mas não sabia o que, então sugeri um apartamento e ele me contou, ele não quis te contar, mas em uma conversa antes da gente vim pra cá, eu conversei com ele e disse que iria saber o que você queria e te contaria e estou fazendo isso agora-dou de ombros-você tem um apê pra chamar de seu, ou de vocês. O Jef só vai precisar arcar com as contas de casa e de te bancar-sugiro-e você também pode ajudá-lo se quiser, é só aceitar fazer mais publipost
-por que você é sempre um anjo na minha vida? Eu não mereço tanto-ela faz um biquinho começando a chorar
-você é a pessoa que mais merece Bruna, o que você fez e faz pela gente é sem explicação. Você é a melhor amiga que eu poderia ter, você é a melhor irmã que o Luan poderia ter e você é a melhor tia que os nossos filhos poderiam ter. Assim como eu, você era mimada e a vida batendo em mim e no Luan, acertou em você e eu te vi crescer e se tornar uma mulher forte, madura e incrivelmente maravilhosa, obrigada por tudo e obrigada por tanto-abraço ela e choramos juntas, sem dúvidas a Bruna é um dos melhores presentes que o Luan já me deu
-te amo Pandinha-ela diz ao se afastar
-te amo espiã-beijo sua testa e ela retribui o meu beijo

Depois do meu momento com a Bruna, comecei a fiscalizar tudo. Eu queria que tudo saísse como eu planejei e ver tudo pronto fez meu coração transbordar de amor, sem dúvidas o Luan merece tudo isso.

Depois de dar uma última olhada na praia e ter certeza que está tudo pronto pra nós, me viro e volto pra casa. Tudo ali também está pronto e os nossos convidados também já começam a aparecer arrumados.

Olho a Maria pronta no colo do Amarildo tomando tete e me aproximo. Beijo seu rosto, mas ela nem se importa com a minha presença.

Miguel e o Bernardo estão sentados no tapete da sala, tomando leite no copo e comendo um misto quente. Quando me viro dou de cara com a Bruna que me parece brava.

-vai tomar banho agora, já já o Luan acorda e você nem pronta está
-tô indo mandona

Sigo pro meu quarto e meu marido continua da mesma forma. Pego uma roupa qualquer e vou pro banho.

Não me demoro tanto, mas o suficiente pra estar pronta pra ele. Saio com uma toalha enrolada no corpo e outra no cabelo, já que tive que lavar. Visto a roupa que peguei e saio do banheiro sem fazer barulho.

Sigo pro quarto que a Bruna está e ela me ajuda a arrumar o cabelo e fazer uma maquiagem. Quando me olho no espelho, gosto do que vejo e me despeço dela que deixa a minha roupa em cima da cama dela, já que não vestirei agora.

Pego a caixa com a roupa do Luan e saio atrás do Guto, pego as pulseiras que estavam com ele e sigo de volta pro meu quarto.

Deixo a caixa na poltrona do quarto e carrego as pulseiras comigo. Me deito de frente com o Luan e chamo seu nome baixinho, sua primeira reação é agarrar a minha cintura ainda sem abrir os olhos.

-acorda-falo normalmente e ele abre os olhos, em seguida pisca várias vezes enquanto me encara
-tô sonhando? Minha mulher conseguiu ficar ainda mais linda do que é-ele elogia e eu dou risada
-precisamos conversar-faço um carinho em sua nuca
-pode falar
-senta-me sento e ele faz o mesmo, mesmo sem entender
-isso tem a ver com você estar com o pensamento longe?
-sim, tem muito a ver
-então me conta que tô ficando preocupado
-você se lembra do nosso Natal retrasado?
-vagamente
-eu tinha acabo de começar o tratamento, era a primeira vez que eu iria pra um lugar cheio de gente depois que comecei a tratar a minha doença
-disso eu me lembro
-lembra do nosso amigo secreto?
-mais ou menos-faz careta
-eu peguei você e antes de te dar o seu verdadeiro presente, eu te dei uma coisa e te fiz um pedido-refresco sua mente e ele se lembra, quando ele pensa em abrir a boca pra dizer algo, eu o interrompo-tanta coisa aconteceu depois daquele pedido, eu melhorei, nós nos afastamos, nós brigamos, chegou o Bernardo, brigamos de novo, lutamos pelo Bernardo, eu engravidei, tivemos a Cecília e somente agora tivemos um tempo de verdade pra gente, só pra gente.-respiro fundo-Tudo o que eu disse aquele dia ainda continua fervendo dentro de mim, eu te amo ainda mais do que aquele dia, eu te quero ainda mais, eu te desejo ainda mais. Aquele dia eu te pedi pra casar comigo de novo ou que a gente renovasse os votos, pois eu sentia que a gente precisava de um recomeço. Aquele sentimento não passou, eu ainda sinto que precisamos recomeçar e foi por isso que eu organizei toda essa viagem, organizei uma festinha la fora e estou aqui pronta pra reafirmar que eu sou inteiramente sua. Casa comigo?-peço e lhe mostro as pulseiras





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♥️♥️♥️

Capítulo 95

Não demora nada, nada e todos se vão, a casa que antes dava pra escutar burburinhos, está em silêncio total.

-toma um banho pra dormir-falo com a Mel que estava sentada na poltrona do quarto, quietinha
-vem comigo-ela diz sem me olhar
-o que foi que tá pensativa?
-tô pensando em amanhã
-tem algum problema amanhã?-pergunto e ela nega com a cabeça e me encara
-toma banho comigo-pede carinhosamente

Me levanto da cama e me aproximo dela, estico a mão e ela rapidamente pega. Ajudo ela a levantar e ficamos nos olhando nos olhos.

Solto sua mão e desço até a barra de seu vestido, levanto e com a ajuda dela, tiro ele do seu corpo.

Mel me encara de uma maneira que me deixa inerte de qualquer planeta, ela é o meu mundo todo e sabe disso.

-tô com saudade-ela diz do nada e toca meu peito coberto pela camiseta
-tá mesmo?-pergunto pra ter certeza
-sim, muita-ela segura na barra da minha camiseta e levanta a mesma tirando ela do meu corpo

Suas mãos ligeiras descem minha bermuda e com a minha ajuda tira ela do meu corpo.

-vem-ela segura na minha mão e me puxa pro banheiro

Mel apenas encosta a porta, pois se a Cecília chorar, poderemos escutar. Em seguida, fica nua na minha frente e isso age como um combustível pra mim. Todo o meu corpo se ascende e sinto meu membro ficar duro dentro da minha cueca.

-tira-Melissa pede manhosa olhando pra única peça de roupa em mim
-tiro-sou tão ligeiro quanto ela e tiro a cueca do meu corpo

Mel me olha mordendo os lábios e entra no box do banheiro. Sigo atrás dela e assim que me aproximo, ela coloca seus braços ao redor do meu pescoço e inicia um beijo bom.

Retribuo sem nem conseguir fugir e dou ritmo ao beijo. Sinto minha esposa rir entre o beijo e em seguida sua mão em meu membro.

Encerro o beijo e sugo seu lábio inferior sem pressa, mas com muito desejo.

-te quero tanto-ela sussurra quando solto seu lábio
-não mais do que eu te quero-solto um resmungo ao sentir sua mão se movimentando em mim
-eu te quero muito mais-sussurra me roubando um beijo-muito mais-seu beijo para em meu queixo

Ela ela começa a descer beijando meu peito, em seguida a minha barriga e no segundo seguinte ela está de joelhos de cara com meu membro.

Faço um leve carinho em sua bochecha e ela me encara ainda movendo sua mão em mim. Não preciso dizer nada para que ela entenda o que eu quero e sem pressa, ela coloca meu membro entre os seus lábios e os desliza pelo meu pau.

Solto um suspiro alto o suficiente pra ela escutar e me encarar enquanto move sua boca e sua mão.

Volto a fazer um carinho em sua bochecha e agarro seu cabelo com a minha mão, fazendo um rabo de cavalo do jeito que dá.

Melissa me chupa com vontade e quando percebe que estou próximo de gozar, ela se afasta e fica de pé.

Seus lábios voltam a tocar os meus dessa vez com o dobro de intensidade. Quando o beijo se encerra, penso em retribuir seu oral, mas ela vira de costas pra mim, apoia as mãos na parede e empina a bunda em minha direção.

-me deixa retribuir o oral-seguro em sua cintura, sussurro em seu ouvido e vejo ela se arrepiar todinha

Melissa vira o rosto pra mim e dá um sorriso safado.

-eu quero muito sentir você me chupar daquele jeito que só você sabe, mas eu preciso e quero muito mais sentir você dentro de mim, então por favor vai logo, depois você me chupa-ela implora e eu sem resistir lhe roubo um beijo
-já que você quer tanto-seguro em meu membro, encaixo o mesmo em sua entrada e deslizo pra dentro dela

Melissa solta um gemido ao me sentir todo dentro e em seguida fica em silêncio.

Também fico quieto apenas movimentando o meu corpo dando prazer a mim e a ela.

Estico minhas mãos e junto com as dela, rapidamente ela entrelaça nossos dedos, nos deixando ainda mais próximos.

-fazer isso com você é tão gostoso-beijo seu pescoço e ela joga a cabeça pra trás
-fazer com você é maravilhoso-ela retruca e um gemido sai de seus lábios

Não duramos tanto, mas duramos o suficiente pra nós dois chegarmos ao nosso máximo.

Saio dela e me encosto na parede. Com a pressa nem tempo tivemos de ligar o chuveiro, mas vejo a Mel fazer isso agora.

-você não acha que acabou né?-a encaro e ela sorri negando

[...]





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♥️♥️♥️

Capítulo 94

Os dias voaram, Cecília fez dois meses a poucos dias atrás e daqui uma semana eu voltarei aos palcos de vez.

Está difícil pensar em ficar sem a minha família, mas era preciso. Não posso deixar de fazer o que eu amo, não posso simplesmente parar.

Meu coração já começava a doer, até que do nada a Melissa resolveu que queria fazer uma viagem entre famílias. Iríamos nós cinco, os pais dela e o Miguel, meus pais e a Bruna com o Jef, Alan, Vic e Bel, o Guto e a Lia, Rober e Hellen e o Well e a Mônica, nova namorada dele.

Tá certo que tem uns inquilinos ali, mas não me importo, eles se tornaram família.

Mel junto com a Dulce e a Sil fizeram todas as malas aqui de casa e desceram tudo deixando na sala. Eu permaneço jogado na cama com o meu celular na mão.

-vai tomar banho-Mel aparece no quarto novamente e me dá um susto
-ei, entra com calma, meu coração tá meio velho-coloco a mão no peito e ela ri
-é sério, vai pro banho. A van nos pega daqui cerca de meia hora
-eita porra-me sento na cama
-já dei banho na Cecília e o Bernardo tá tomando o banho dele, você vai tomar banho agora enquanto eu dou banho na Maria e quando eu voltar eu tomo o meu-ela diz tudo apressadamente e eu percebo que ela está cansada
-vamos descansar bastante né?-me levanto e abraço ela que concorda com a cabeça-quer que eu dou banho na Maria pra você tomar um banho tranquilo?-me ofereço e ela me olha sorrindo
-obrigada, mas não precisa, eu faço isso-me dá um selinho
-já vi que você não vai descansar nada nessa viagem-reviro os olhos
-lá terá bastante gente pra nos ajudar a cuidar deles, ou seja, iremos descansar pacas
-assim espero-jogo o celular na cama e roubo um beijo dela-vai logo antes que eu te jogue nessa cama-me afasto dela
-você lá é homem pra isso-ela provoca e eu olho pra ela chocado, tento me aproximar, mas ela corre e sai do quarto
-corre mesmo, covarde-falo alto pra ela escutar

Sigo pro banheiro e tomo um banho sossegado, assim que saio sigo direto pro closet e encontro uma roupa separada pra mim.

Me visto e ao voltar pro quarto escuto o barulho do chuveiro. Entro no banheiro e me escoro na parede encarando minha mulher que está de costas pra mim.

Assim que ela se vira e me encontra a encarando, a mesma dá um sorriso malicioso.

-eu queria muito estar de joelhos e com o rosto no meio das suas pernas, mas aí nos atrasariamos-sou sincero
-deixa pra quando a gente chegar lá
-Jeri que nos aguarde-nem me movo
-desce e se certifica que as crianças não vão quebrar a casa toda e não vão se sujar-ela pede-você me olhando assim tá me deixando excitada e não vamos conseguir resolver isso agora-a frustração em sua voz é muito perceptível
-tô indo-dou uma última olhada nela e saio do banheiro sem olhar pra trás

O resguardo da minha mulher acabou, mas raramente conseguimos ir até o final. As crianças sempre atrapalham e agora nessa semana de férias, eu espero conseguir aproveitar todos os dias.

Ao chegar na sala encontro Bernardo e Maria sentados no sofá assistindo desenho, enquanto a Cecília dorme no berço que tem aqui embaixo.

Me aproximo dos meus filhos, separo os dois e me sento entre eles.

-cadê a mamãe Mel?-Bernardo pergunta
-tá se arrumando pra gente ir passear
-pra onde a gente vai?-pergunta curioso
-vamos viajar pra praia
-pa paia eh-ele comemora e eu gosto de sua animação-vamô logo-ele levanta
-vamos só esperar a mamãe descer que a gente vai, agora senta aqui, porque se você se sujar ela vai nos matar-dou risada e ele também

Ficamos esperando a Mel que depois de alguns minutos, desce toda linda e cheirosa. Até penso em me aproximar e lhe roubar um beijo, mas a van buzina do lado de fora e ela já começa a carregar as malas pra fora.

Well ajuda ela e eu me levanto pronto pra ajudar, mas já não adianta mais, todas as malas já estão na van.

-vamos crianças?-Melissa volta e diz toda fofa
-vamos-Bernardo diz na animação e acaba contagiando a minha mulher

Seguimos o nosso caminho depois de fechar a casa e já na van percebo que teremos muita paz. Bernardo sentou com o Miguel e foram conversando. Minha sogra pegou a Madu e a minha mãe pegou a Cecília que estava no bebê conforto.

Eu e a minha esposa seguimos o caminho até o aero em silêncio, ela dormiu e eu tirei o tempo pra admira-la ainda mais.

No aeroporto foi uma correria danada. Nós, as crianças, nossos pais e o Well e a Mônica vamos de jatinho, o resto vão tudo de avião. Nós andamos tão de pressa que poucas pessoas conseguiram me tietar.

Eu não gosto de correr, mas foi necessário, estávamos em cima da hora.

-tudo pronto né?-Léo meu piloto pergunta e eu concordo mandando joinha

É a primeira vez que a Ceci vai andar de jatinho, não sabemos qual a sua reação, por isso viramos todos pra poltrona dela e ficamos assim até a turbulência começar.

Minha filha no começo parece não sentir, mas logo um bico se forma em sua boca e ela começa a chorar desesperada.

Melissa tenta acalma-la, mas ela chora sem parar e quando a turbulência passa, minha esposa pega ela no colo, dá de mama e nina ela, até ela pegar no sono.

-a Maria nem sente mais-falo com a Mel olhando a Madu que brinca com umas bonecas
-já acostumou-dá um sorriso cansado
-dorme mais um pouco
-não quero, chegar lá quero dormir
-dorme agora, o povo vai querer ir pra praia
-eu não quero ir hoje, quero dormir
-então eu fico com você e falo com nossos pais pra levarem as crianças
-para de abusar deles
-não é abuso, você sabe que eles gostam
-tudo bem então-ela boceja-preparado pra voltar pra estrada?-ela me encara
-preparado pra deixar vocês?-reformulo a pergunta-jamais, queria ficar pra sempre com vocês, mas também não quero deixar meu trabalho
-vamos viajar com você quando der, eu só trabalho de casa, então não tem problemas
-gostei disso-roubo um selinho dela que sorri mostrando os dentes branquinhos

Conversamos por todo o caminho e assim que chegamos em Jeri, uma van já nos espera perto da pista de pouso.

-bora cambada que Jeri nos espera-falo animado demais e levo um tapa da minha esposa
-se você acordar a Cecília, você vai dá de mama e fazê-la dormir
-desculpa-sussurro

Seguimos pra van e tivemos que esperar o resto do pessoal que o vôo estava atrasado.

Assim que todos apareceram, nos apertamos na van e seguimos até a casa que alugamos pra passar esses dias.

Chegando lá fomos muito bem recepcionados, algumas pessoas nos esperavam com um delicioso café da tarde.

Cumprimento todo mundo e faço alguns stories pra divulgar o lugar, já que ganhei um belo desconto pra fazer divulgação.

Foi uma chegada bastante aconchegante e logo estávamos tentando nos dividir pela casa.

Há 5 quartos, apenas um tem apenas uma cama e os outros quatro todos tem duas camas de casal pra que possa caber todo mundo.

-eu fico com o quarto de uma cama só, pois lá tem mais espaço pra montar o berço da Maria e da Cecília, meus pais e meus sogros com o Miguel ficam em um quarto, Bruna, Jef, Guto e Lia ficam em outro, Rober, Hellen, Well e Mônica em outro e Alan, Vic e Bel no outro. Pronto problema resolvido-divido todo mundo e ninguém reclama

Puxo a mala da minha família toda até o quarto e a Mel me ajuda do jeito que dá. Assim que entramos, monto um dos berços, Melissa coloca a Cecília ali e se joga na cama.

-que cama macia-ela diz sem malícia

Me jogo ao seu lado e também sinto a maciez dela.

-gostei-dou um sorriso meia boca
-gostei?-ela pergunta sem acreditar-é só isso?
-quer que eu fale sem delicadeza?-ela concorda-eu amei a cama e só consigo pensar que minhas costas não vão doer depois da gente transar
-quem disse que vamos?-ela me provoca e eu com minha rapidez me deito sobre ela
-vai me negar?-pergunto olhando nos olhos dela
-não consigo-sua respiração fica ofegante
-vou falar com nossos pais sobre a praia-me levanto antes de ficar excitado, se alguém me atrapalhasse eu iria ficar puto da vida

Ando pela casa e encontro nossos pais se preparando provavelmente pra ir pra praia.

Converso com eles sobre eles levarem os nossos filhos e depois deles concordarem volto pro quarto e ajudo a Mel a preparar tudo pra ida dos pequenos.

Nossas mães logo aparecem no quarto pra pega-los e pegar tudo o que arrumamos. Eles até insistem em levar a Cecília, mas não achamos preciso e negamos de cara.





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Capítulo 93

Depois do parto e de todos os procedimentos necessários, a nossa família nos deu dois dias a sós com a Cecília. Bruna cuidou de levar o Bernardo e a Maria pra um parque aquático e lá eles passaram dois dias, nos dando assim dois dias apenas nós três.

Apesar de ter que levar a pequena no pediatra, levar pra fazer teste do pézinho e tomar vacina, foi incrível curtir nossa pequena da melhor forma possível nesses dois dias, porém os dias acabaram e os pequenos estão pra chegar.

Melissa sabia que eles estavam chegando e por esse motivo desce com a Cecília no colo e se senta ao meu lado.

-colocou café da tarde na mesa?-pergunta como quem não quer nada
-sim, quer que eu faça alguma coisa?
-quero um misto e um copo de leite, mas deixa as crianças chegarem e eu mesma faço
-eu posso fazer-me ofereço e ela sorri me encarando, mas antes de dizer algo a campanha toca
-vai lá, se não vai acordar a Ceci-ela me empurra levemente

Ando de pressa até a porta e assim que abro sinto minhas duas pernas serem agarradas. Uma pela Maria e a outra pelo Bernardo.

-e ai? Como foi o passeio com a Tia Bruna?
-foi legal-Bernardo responde primeiro-cadê a Cecília? Eu quero vê-ele diz elétrico
-fala baixinho tá?-ele concorda-ela tá na sala com a Mel, vai lá-dou um tapinha na bunda dele e ele vai sem nem responder

Me estico e pego minha pequena no colo. Bruna se aproxima com o Jeferson e me abraça apertado.

-parabéns pela princesa, como foram os primeiros dias?-ela pergunta e afrouxa um pouco o abraço
-foram intensos, mal dormidos, mas tô feliz demais, por enquanto tá tudo no love-dou um sorriso
-parabéns cara-Jef se aproxima e fizemos um toque de mãos-a princesa é linda demais
-minha cara né?-dou risada
-pior que é-Bruna confessa
-vem, entra fiz café
-você fez?-Bruna pergunta com medo e eu dou risada
-sim e tá muito bom-dou espaço pra eles

Ao voltar pra sala, encontro o Bernardo sentado no sofá e a Cecília no colo dele, enquanto a Mel segura a cabeça da pequena.

-tira uma foto disso-ela pede e eu atendo
-prontinho-mostro pra ela
-oi minha princesa-Mel fala com a Madu, mas ela continua grudada em meu pescoço-o que foi?
-qué colo-ela diz baixinho
-pega a Ceci Bru-peço e assim minha irmã faz-ela tá com ciúmes, quer seu colo-me sento ao lado da Mel que dá um sorriso cansado
-vem com a mamãe princesa-Mel chama a Madu que dá uma olhada e ao ver que o colo da Mel está vazio, ela se joga nos braços da minha mulher-mamãe tava com saudade neném-ela enche a Maria de beijos
-como foi o passeio?-pergunto pro Bernardo que vem pro meu colo
-eu nadei muito-ele diz animado-foi tão legal, eu desci no escorrega grandão com o tio Jef, foi tão legal
-você falou foi tão legal duas vezes, que eu entendi que foi muito legal-dou risada pra ele que faz o mesmo voltando a falar

Enquanto o Bernardo falava, Mel mimava a ciumenta da Maria. Quando todo o ânimo deles se acalmou, seguimos pra sala de jantar e tomamos um delicioso café da tarde.

Bruna e o Jef foram embora depois de fazer a Cecília dormir. Agradecemos muito, os dois são sensacionais e sempre que precisamos estão disponíveis pra gente.

-tô querendo dá um presente pro casal 20-converso com a Mel na sala de jogos enquanto o Bernardo desce no escorrega e a Maria brinca na piscina de bolinhas
-que casal 20?-Melissa dá uma de lerda e eu dou risada
-Bruna e o Jef, eles nos ajudam sempre que precisamos
-eu concordo, eles merecem, são muito mais que uma mão na roda pra gente
-o que eu dou?
-dá um apartamento pra eles morarem juntos-ela diz calmamente e sinto meu coração parar-que foi?
-você não acha cedo?
-não acho não, eles começaram a namorar quando eu ainda namorava o Alan, eu já me "casei" com o Alan, me separei dele, namorei você, casei com você, tive filhos com você e ela nada, eu sinceramente não acho cedo. Se eles estiverem afim de casar ou morar juntos, não se opõe por favor, o Jef é um cara bom e que faz a Bruna muito feliz-ela opina e tem toda razão
-caso eles queiram não vou me opor, mas não vou dar um apartamento pra eles, vai ser um sinal que eu quero que eles casem, deixa eles decidirem sozinhos e a propósito, a Bruna já ganhou um apartamento, ela só não sabe
-como assim?-Mel pergunta sem entender
-eu escolhi um apartamento pra ela, comprei e coloquei no nome dela, já está tudo certinho, ela só não sabe
-você deveria contar, e se ela quer morar com o Jef, mas tem medo deles não conseguirem bancar um aluguel-pressiona
-por que você sempre tem razão?
-porque eu sou mulher-pisca pra mim e começo a me aproximar, mas ela se afasta-as crianças
-tá-me endireito-mas sem ser o apê, que já é presente antigo, me ajuda com um presente
-uma viagem de casal pra algum lugar do mundo, com tudo pago-pisco pra ele
-uma viagem é bom, gostei. Agora me ajuda com o lugar
-ah por favor né Luan, quer que eu faça tudo-revira os olhos pra mim
-tá bom-faço bico e ela se aproxima me roubando um selinho
-Maldivas, manda ela pra lá é o sonho dela ou Grécia, também é o sonho dela
-sonhos caros em-minha vez de revirar os olhos
-e dai? É o sonho dela mesmo, ela não tá pedindo nada, você que quer dar, se for pra ser mão de vaca, não dê nada-ela fica brava e eu puxo ela pra um abraço dando risada
-estressadinha-beijo sua bochecha-isso é falta-sussurro em seu ouvido e ela me olha
-não me provoca, você não vai aguentar se eu retribuir a provocação-ela avisa e eu me afasto, sabendo que eu realmente não aguentaria-bom mesmo
-uma passagem pras Maldivas né?
-isso ai-pisca pra mim e eu dou risada
-amo você bebê-mudo de assunto
-também te amo
-tá tudo certo né?-pergunto pra ter certeza que ela não está sofrendo por me ter tão perto
-sim, tá tudo ótimo, agora então..-ela olha pras nossas crianças brincando e eu sorrio também olhando a cena
-me sinto tão completo-sou sincero e ela me olha com os olhinhos brilhando
-eu também me sinto assim, é tão bom te querer por perto
-é tão bom ouvir isso

[...]




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Capítulo 92

- Luan -

Os meses voaram, graças a Deus tudo está caminhando como Ele quer e da melhor maneira.

Melissa é uma guerreira, a Cecília estava louca pra sair desde os 6 meses e a Mel segurou, sentiu dores do parto desde esse tempo, mas segurou, até hoje.

Maio chegou e com ele as dores que a Mel sentia aumentaram gradativamente.

Fomos ao médico vimos que tá tudo bem com a Cecília e que chegou o momento dela.

Automaticamente voltamos pra casa e a nossa Doula e toda a equipe de parto já vieram pra cá pra iniciar todo o procedimento.

Já fazem cerca de 5 horas que a Melissa entrou em trabalho de parto e até agora nada.

Descobrimos que o trabalho de parto pode durar até 24horas e mesmo pensando que a minha esposa iria arregar e implorar por uma cesariana, me enganei, ela permanece forte.

-respira Mel, aproveita esse momento de alívio pra respirar-Andréia nossa Doula diz e a Mel volta a me abraçar
-calma amor-aliso suas costas-tô aqui com você e pra você, vai dar certo viu
-tá muito difícil-ela sussurra
-eu sei e eu já disse que se quiser desistir eu vou te apoiar mesmo assim
-desistir não-me olha-se você continuar aqui segurando minha mão, eu consigo
-então você vai conseguir-entrelaço nossos dedos e aperto sua mão

Seu tempo de relaxamento passa e uma nova contração aparece.

Ela faz alguns movimentos que a Andréia pede e se contorce de dor. Além de segurar a sua mão, lhe digo palavras de incentivo e aliso suas costas.

Melissa faz tudo como é pedido, mesmo sentindo dor, muita dor.

Nossas mães aparecem no quarto e se aproximam da gente. Dona Lúcia segura a outra mão da Mel e a minha mãe faz massagem em mim.

-quer alguma coisa?-minha mãe pergunta baixinho-desce lá pra tomar café da tarde, comer um pãozinho-ela beija meu rosto
-quero não-nego-quando eu sentir vontade ou fome eu desço lá-tranquilizo ela e beijo sua mão em meu ombro
-tá bom então-ela não insiste

Permaneço ali ao lado da minha mulher e a cada momento de relaxamento dela eu a abraço apertado e lhe incentivo ainda mais.

Depois de mais duas horas, Melissa estava em um momento de relaxamento, a Andréia faz o toque nela e vê que ela dilatou um pouco mais.

-ei mocinha-ela chama a atenção da Mel pra ela
-oi-ela diz em um sussurro
-a bolsa rompeu-ela diz tranquilamente
-e agora?-Melissa se desespera
-agora vamos continuar da mesma maneira, porém vamos intensificar os trabalhos de dilatação ok?
-ok-quase não sai, pois ela volta a sentir dor

Eu tava achando aquilo lindo, poder estar ali ao lado dela, ver o quanto ela é guerreira, ver a mesma ganhando nossa filha em nossa casa.

Meus pensamentos são interrompidos com a Mel cravando sua unha em meu braço.

Penso em gritar ou reclamar, mas não o faço, apenas aguento calado até sua contração cessar.

-as contrações tão mais intensas e vindo mais rápido-falo ao olhar o aplicativo que ajuda a acompanhar as contrações
-Mel está dilatando bem, estamos em 4 dedos já-ela diz me olhando e em seguida se vira pra minha esposa-você consegue Mel-ela também incentiva
-você consegue meu amor-minha sogra conversa com ela
-vamos pro banho?-Mel pergunta desconfortável
-vamos sim-Andréia diz animada

Seguimos pro chuveiro, ajudo a Mel a colocar uma touca na cabeça pra não molhar os cabelos e entro com ela embaixo do chuveiro.

Sou instruído a ajudá-la e assim eu faço, era tudo o que eu queria, participar desse momento ainda mais intimamente.

-tá tudo bem-sussurro pra Mel ajudando ela a abaixar e fazer o movimento que foi pedido-tá tudo bem

Continuamos ali por mais um tempo, sentindo o que tinha pra sentir, fazendo o que tinha que fazer e curtindo esse momento tão intenso e especial.

Depois de verificar a dilatação da Mel, nossa Doula decidiu que estava na hora de levá-la pra banheira. Eu sabia que estava chegando a hora, que minha esposa estava conseguindo fazer tudo o que pensamos com muito carinho.

Olho o cronômetro do meu celular e vejo que já passamos de 8 horas de trabalho de parto.

A noite já tinha caído, eu devia sentir fome, mas não sentia. Algo estava me completando, algo estava me mantendo alimentado e eu não sei explicar o que era.

-tudo bem?-Andréia pergunta preocupada com ela e toda a equipe fica a nossa volta
-tá tudo bem-ela responde um tanto tranquila
-deu tudo certo, você dilatou certinho e chegou momento da Cecília vir ao mundo, vamos trazê-la?-ela diz emocionando não só a Mel, mas a mim também
-vamos-Mel responde com a voz falha graças ao choro de emoção
-quer sentar atrás dela Luan pra ajudá-la a fazer força?-Andréia diz e eu automaticamente dou tudo o que seguro pra minha mãe e entro na banheira

Me sento atrás da Mel e faço ela encostar suas costas em mim. Andréia também entra e fica de frente com as pernas abertas da Mel.

-vamos lá?-ela incentiva e a Melissa concorda com a cabeça
-faça força quando a contração vim, empurra o máximo que conseguir ok?
-ok-ela concorda caçando minha mão, dou as duas pra ela segurar

A contração aparece e a Mel consequentemente faz força, muita força, até não aguentar mais e voltar a deitar suas costas em meu peito.

-muito bem Mel, muito bem, se a contração para você relaxa, se ela vem faz força, tranquilo-Andréia acalma não só ela, mas a mim também
-PORRA-Melissa grita e volta a fazer força

Permaneço firme segurando a sua mão. Ela respira certinho e quando sua força acaba ela volta a deitar em mim.

-coroando, só empurra Mel, estamos quase-ela incentiva
-força amor, força-sussurro pra ela que empurra seu corpo contra o meu com muita força e faz força
-pronto, pronto-Andréia diz e em seguida vejo a nossa pequena Cecília em seus braços

Ela faz a pequena chorar e em seguida entrega ela pra Melissa que solta as minhas mãos e pega a pequena no colo.

-nossa princesa-choro emocionado, seria tentativa falha conter o choro, por isso nem tento
-nossa Cecília-Mel me olha e me dá um selinho demorado
-vem cortar o cordão umbilical papai-me chamam e eu nem sei quem é, apenas faço a Mel desincostar de mim e me aproximo do cordão

Fecho os meus olhos, agradeço a Deus pelas maravilhas e em seguida prometo muitas coisas em relação as duas mulheres a minha frente.

Depois de dar uma olhada nelas, eu corto o cordão que as liga e me aproximo beijando as duas.

Melissa tira seu seio do top que ela vestida e dá de mama pra pequena que em um primeiro momento chora sem agarrar o mamilo, mas quando ela permanece que o que é, ela suga com força e faz Mel fazer careta.

-que momento meu Deus-me sento na beirada da banheira e acaricio o rosto da Mel-que Deus nos abençoe ainda mais, que ele possa nos unir e fortalecer, nunca mais se afastar e separar
-nunca mais-ela sorri daquele jeito que só ela sorri e eu me derreto todo-vem cá-ela chama nossas mães e as duas se aproximam chorando-essa é a Cecília-mostra nossa princesa
-olha essa boca toda desenhada-minha mãe fala encantada-ainda bem que não nasceu com a boca murcha igual a do Luan-ela aproveita o momento pra me alfinetar e eu olho pra ela chocado
-mãe-a repreendo e ela apenas ri
-não nasceu com a boca igual a do Luan, mas em compensação ao resto-minha sogra deixa a frase no ar
-o que?-pergunto
-apesar da carinha de joelho, ela é a sua cara-ela diz me fazendo sorrir contente
-ela é linda mesmo-dou uma de convencido e todo mundo ri

Melissa é separada da nossa filha e todo o procedimento padrão é feito.

Fico com a minha mulher e digo o quanto ela é perfeita, o quanto ela foi guerreira e o quanto eu a amo.

-eu te amo ainda mais-ela diz depois de minutos de silêncio-obrigada por segurar a minha mão, por me dar forças, você é a minha força-ela diz olhando em meus olhos e eu todo sem graça apenas me aproximo e beijo seus lábios docemente
-você é a minha força-sussurro de volta

[...]




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Capítulo 91

Bernardo volta carregando uma sacolinha de papel. Ele pede colo e eu o coloco sentado em minha perna.

-o que tem ai?-pergunto curiosa
-vários docinhos-ele abre a sacola e coloca os docinhos na mesa-quer?-fica de lado e me olha
-quero-concordo e ele pega um e coloca na minha boca
-tá bom?-pergunta rindo da minha cara de satisfação
-tá ótimo-falo de boca cheia
-quer Miguel?-ele oferece pro meu irmão que fica bicudo pro meu lado
-que foi?-pergunto, mas ele finge que não escutou e vira a cara-o que eu fiz?-pergunto indignada
-ciumes-minha mãe dá risada
-sério?-faço o mesmo encarando o bicudo a minha frente-senta no colo do papai amor-peço ao Bernardo que vai sem reclamar-vem cá Miguel-chamo, mas ele me ignora-vem bebê, eu tô grávida, se não vim eu vou chorar-faço bico também e ele me olha-por favor-junto as mãos e ele finalmente se levanta e vem

Coloco ele sentado em meu colo e encho seu rosto de beijos. Falo pra ele o quanto eu o amo e ele tira o bico do rosto.

Comemos docinhos e logo servem o bolo. Como três pedaços, Miguel come dois, Bernardo come dois e o Luan come cinco, querendo comer mais.

-depois come mais né Luan, chega-o repreendo quando vejo que ele vai pedir mais bolo
-aff-cruza os braços e faz bico
-come mais então morto de fome, se der dor de barriga eu vou te bater
-vai nada, você vai cuidar de mim-ele dá um sorriso
-vou mesmo-dou de ombros

Meus pais avisam que vão pra casa, assim como os meus sogros. Acompanhamos eles até o estacionamento e nos despedimos deles e das crianças.

Fico com o coração na mão de ver as crianças indo, porém não posso deixá-los aqui com sono e eu e o Luan queremos aproveitar a festa.

Voltamos pro salão e o Luan vai direto pegar um drink na mesa dos barmans.

Sigo pra minha mesa e fico em pé remexendo meu corpo de acordo com o ritmo da música.

Luan me olha de longe e eu sei bem o que ele quer.

-hoje tem em-Guto diz alto ao perceber minha troca de olhares com o meu marido
-cala a boca-pego o guardanapo da mesa e taco nele
-calei-dá risada de mim

Luan se aproxima depois de minutos de espera pelo seu drink e dá um gigante gole na bebida. Ele se aproxima e roça seus lábios no meu.

Seguro ele pelo queixo e chupo seu boca sentindo um gostinho de gin com limão. Automaticamente sinto desejo de um beber um pouco daquela bebida, mas sei que será difícil convencer o meu marido de me dar.

-quero-faço bico e ele segura meu rosto distribuindo selinhos
-não pode beber, faz mal pra Ceci
-eu sei, mas tô com vontade-faço manha
-não vou te dar Melissa-ele se afasta preocupado
-só um gole
-nem pensar
-nossa-puxo a cadeira e me sento
-iih, que foi?-Bruna pergunta ao ver me cara de insatisfação
-tô com desejo de beber Gin, Luan não quer dar
-não pode Mel-ela também me repreende
-é desejo, a Cecília tá mexendo pra caramba, minha boca está salivando e eu tô toda arrepiada-mostro meu braço pra ela
-Luan, dá um pouquinho pra ela-Bruna diz mandona ao perceber que meu desejo é sério
-não-ele começa dançar como se não se importasse

Dramática como estou, sinto meus olhos ficarem marejados e me controlo pra não chorar, porém eu estou grávida e não sou dona dos meus sentimentos.

-para com isso Mel-Bruna fica preocupada

Respiro fundo tentando segurar o meu choro, mas novamente não consigo.

A minha sorte é que meu marido está atrás de mim e não vê o meu drama.

-vou buscar um pouco pra você-Bruna levanta
-nem pensar-Luan fala alto com ela
-ah é, então você prefere deixar sua mulher chorando com desejo?-ela cruza os braços brava com ele
-ela não tá chorando-escuto a risada dele
-tá sim e para de ser babaca, é só dar um gole que o desejo passa

Luan puxa a cadeira do meu lado e se senta me encarando. Ele segura meu rosto entre as mãos e me faz encara-lo.

-oh preta, tudo isso por causa de cachaça?-ele limpa minhas lágrimas, mas outras vem a seguir
-a Ceci que quer-falo entre soluços e ele me abraça
-nem nasceu e já quer pinga-ele faz graça e me arranca um sorriso-só um gole tá?-ele diz sério
-tá-concordo e sinto meu choro cessar

Ele me dá seu copo e eu dou um gole generoso na bebida, que desce queimando.

Assim que a bebida desce por completo, a minha filha começa a se acalmar, minha boca para de salivar e o arrepio do meu corpo passa.

-pronto?-Luan me olha com a testa franzida
-sim-concordo-pode ir beber e se divertir-pego uma garrafinha de água
-quero me divertir com você neném
-eu já vou, só preciso me recompor
-tá bom-ele beija a minha testa, a minha boca e se levanta-amo você-diz antes de se afastar

Ele e os meninos ficam juntos em uma rodinha perto da pista de dança e só as meninas ficam na mesa.

-pronto? O desejo passou?-Bruna pergunta
-sim-concordo sorrindo e pego um espelho na bolsa

Vejo que minha maquiagem continua intacta, mesmo com o choro. Gosto do que vejo e me levanto pronta pra curtir o meu marido.

-vamos lá com os meninos-chamo as mulheres e elas se levantam

Nos enfiamos na rodinha dos meninos e paro de frente com o Luan. Seguro seu rosto e beijo seus lábios com certa intensidade.

Ele me segura pela cintura com uma mão e dá ainda mais ritmo ao beijo. Quando encerramos o nosso momento por falta de fôlego, ele me encara com os olhos transbordando luxúria.

-eu amo vocês-sussurra ainda me encarando e a sua mão que estava em minha cintura pousa em minha barriga
-eu amo vocês-repito e ele volta a me agarrar possessivamente pela cintura
-hoje você não me escapa-ele morde os lábios
-quem foi que disse que eu quero escapar?-pisco pra ele que se aproxima voltando a me beijar

[...]




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Capítulo 90

-você não presta Melissa Andrade-Alan me puxa pra um abraço
-presto sim-faço bico e ele beija o topo da minha cabeça

Ficamos abraçados por um tempo, até ele acreditar que está tudo bem.

Assim que nos afastamos, me aproximo do Luan e enlaço nossos braços. Tento sair sem dizer nada, mas quando tento fazer, Vic me chama.

-oi?-me viro pra ela
-fizemos chinelos pros convidados, quer um?-ela é meiga
-eu te amo Vic-me declaro e ela ri-quero sim, quero muito-concordo
-pede pra alguém pegar pra ela-Vic fala com a cerimonialista, que concorda e fala rapidamente ao telefone
-qual seu número?-a mulher pergunta educada
-pode ser 37, meu pé tá inchado, o 36 com certeza não vai servir
-ok, já já levarão na sua mesa-ela é simpática
-muito obrigada-agradeço-e muito obrigada a você-volto e beijo os dois lados da bochecha da Vic
-também amo você-ela diz assim que me afasto e eu mando beijo

Antes eu tinha muito ciúmes dela com o Alan, sentia que ela estava pegando o que é meu, mesmo depois de tudo, porém o Alan me ensinou a ama-la e quando eu disse que a amo, foi sincero.

Voltamos pra mesa e todos já estão ali, só eu e o Luan que ficamos de papinho. Me sento na cadeira que eu estava antes e minha filha se estica toda pra mim, no colo da minha sogra.

Me estico também e pego ela que deita a cabeça em meu peito.

-tá com sono?
-mimi mamãe, mimi-ela responde
-vamos comer primeiro, depois você mimi-converso com ela tentando convencê-la de ficar acordada
-papa?-ela arregala os olhos em minha direção e eu dou risada concordando
-sim, papa

O sorriso que ela abre é tão lindo que faz meu coração se encher de amor.

-te amo gostosa-cheiro seu pescoço e ela dá uma gargalhada

Meu chinelo chega e eu agradeço ao moço por essa libertação.

Luan ao ver o chinelo se abaixa na mesa e tira o meu sapato. Ele calça o chinelo em mim e em seguida deixa um beijinho em meus pés e se levanta.

-obrigada-me estico e beijo sua boca rapidamente
-de nada

Graças a Deus a hora da janta chega e eu me alívio, minha filha está doida pra dormir e eu preciso alimenta-la antes disso.

-quer que eu coloque pra você?-Luan pergunta
-leva o Bernardo e ajuda ele, depois eu me sirvo
-eu faço seu prato-minha mãe se dispõe
-e o Miguel?-pergunto preocupada
-seu pai ajuda ele e eu faço o seu prato
-obrigada então-mando beijo pra ela que se levanta

Todos da mesa vão se servir, só fica eu e a Madu que tenta não dormir.

Sinto uma mão em meu ombro e me viro, encontro a Bel, toda linda.

-maravilhosa, senta aqui-aponto pra cadeira ao meu lado
-não vai comer?
-claro que vou-confirmo o óbvio e ela ri-minha mãe vai fazer meu prato, a Maria tá quase dormindo
-tem uma salinha pra criança viu, quando ela dormir, se quiser colocar ela lá, tem um berço e tem isolamento-ela brinca com a minha filha
-depois de jantar meus pais vão pra casa e vão levar ela e o Bernardo-explico
-ah não, fala pra eles ficarem-ela faz um bico fofo
-eu dúvido muito que eles vão mudar de ideia, mas se você quiser tentar, fica a vontade
-não vai ficar chateada né?-ela pergunta desconfiada
-não né Bel-me aproximo e deito minha cabeça em seu ombros-sinto tanto sua falta-suspiro-você nunca vai lá em casa-faço bico mesmo sabendo que ela não pode ver-você prometeu que sempre amaria mais a mim, mas a verdade é que você ama mais a Vic-falo enciumada e escuto ela rir
-que Deus me perdoe, mas quando ela entrou na igreja eu pensei rapidamente que poderia ser você no lugar dela-ela confessa
-poxa Bel, pensei que torcesse por nós dois-levanto a cabeça e encontro o Luan atrás de nós
-eu torço muito-ela diz sem graça-eu quis que fosse ela, não porque prefiro ela com o meu filho, mas porque eu teria a presença dela todos os dias-ela é meiga e faz o meu coração transbordar de felicidade
-eu te amo tanto Bel-beijo sua bochecha
-eu também amo muito você pequena-ela faz o meu sorriso ficar ainda maior ao me chamar assim
-você pode ir em casa todos os dias, com convite ou sem convite. Você é e será sempre bem-vinda no nosso lar-Luan é fofo
-vou colocar comida, vocês tão querendo me fazer chorar e isso não é justo-ela levanta e sai sem nem esperar nossa resposta

Luan ajuda o Bernardo a sentar e eu apenas observo ele começar a comer todo comportado.

Miguel senta de frente comigo e também come. Do nada surge uma montanha de comida na minha frente, olho pro lado e vejo minha mãe colocando o "meu" prato na mesa.

-isso não é tudo pra mim né?-arregalo os olhos e ela ri
-lógico que não, é pra você, pra Madu e pra Cecília-ela abre um sorriso lindo
-mãe, eu não vou comer isso tudo-fico chocada com o tanto de comida
-você precisa comer bem-ela me repreende
-eu sei, mas dá pra eu comer ótimo e ainda sobra mais da metade dessa comida
-come bastante-ela avisa e dá a volta na mesa sentando em sua cadeira
-mãe, desse jeito não vai ter espaço pro bolo e pros docinhos-reviro os olhos
-tá bom Melissa, come o tanto que conseguir-ela revira os olhos
-o que sobrar eu como-Luan sussurra em meu ouvido e eu sorrio pra ele

Coloco uma garfada na boca e sinto o quanto a comida está boa.

Dou comida pra minha filha primeiro e quando percebo que ela está cheia, como eu, porém não consigo comer nem metade do que tem no prato.
-tô cheia-sussurro pro Luan que tá quase terminando sua comida
-finge que tá comendo, quando eu terminar aqui a gente troca de prato-ele sussurra de volta e ninguém percebe

Fico beliscando algumas coisas até o Luan terminar, quando ele termina, discretamente trocamos os nossos pratos e ninguém percebe.

Minha filha que antes já estava caindo de sono, agora está ainda pior.

Afasto um pouco minha cadeira da mesa e deito a Maria em meu colo. Rapidamente ela adormece e começa a pesar o meu braço.

-leva ela pro cantinho das crianças, a Vic disse que tem berço lá-Luan diz me olhando
-se eu levar ela pra lá, eu vou ficar junto, você sabe que eu não confio de largar ela sozinha assim
-então espera eu terminar e eu pego ela, ela tá muito pesada
-não se preocupa com isso, come de boa aí
-tô acabando já-ele mostra o prato e eu me assusto em como ele comeu rápido
-come devagar amor, depois vai te dar dor de barriga-brigo com ele
-tá bom-faz um bico e começa a comer devagar

Começo a conversar com a Bruna e a Lia e quando percebo, Luan já terminou de comer. Ele me pede a pequena e eu entrego ela pra ele. Volto ao meu papo e em certo momento as meninas me chamam pra ir no banheiro. Sigo com elas e depois de usar o banheiro, aproveito pra tirar a saia do meu vestido.

Volto pra mesa e a Maria já está no colo do meu pai, Bernardo está no colo do Luan e se remexe ao som da música que está tocando.

-agora tá melhor?-Luan pergunta assim que me sento ao seu lado
-sim senhor-me estico e beijo a bochecha do meu marido e do meu enteado
-mãe quero bolo-Bernardo pede fazendo um biquinho fofo
-já vão dar, calma
-vou pedir pro Tio Alan deixar eu roubar docinhos-ele se estica todo pra descer do colo do Luan e sai correndo sem nem esperar a gente falar nada
-espero que ele traga um pra mim-deito a minha cabeça no ombro do Luan
-Mel estamos só esperando o bolo, porque o Bernardo e o Miguel querem e nós já vamos-minha mãe avisa
-eu não tô preocupada, Maria tá dormindo ai e o Bernardo não me parece com sono, então está tudo certo-dou de ombros
-pode ir se divertir filha-ela aponta pra pista de dança
-sabe que eu não posso extrapolar né?-ela concorda-mas não fui ainda, porque eu tô mesmo é esperando o Bernardo voltar com docinhos-dou risada e eles fazem o mesmo
-coisa de grávida
-isso, coisa de grávida-pisco pra ela




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Capítulo 89

-se tá doendo o pé, vai descalça-Luan me ajuda a levantar
-claro, vou descalça sim-reviro os olhos-vou chegar na festa descalça, que elegância-sou irônica
-nossa, não tá mais aqui quem falou-ele pega a Madu e sai na frente
-me espera-peço e ele apenas para sem dizer nada

Faço o Miguel segurar na mão do Bernardo, grudo na mão do meu irmão e passo o braço pelo braço do Luan.

Seguimos pro carro com pressa e com a ajuda do Well, coloco a Madu na cadeirinha e ajudo os meus pequenos a se prenderem. Me sento na frente e o Luan no banco do motorista.

-nos encontramos lá-Well sai e nos deixa só
-sabe onde é a festa?-pergunto pro Luan e ele apenas assinte com a cabeça-tá em greve de palavras?-pergunto e ele nega-eu que deveria estar sem falar com você-lhe dou um tapa e encaro as crianças no banco de trás que não percebem nada já que estão em um papo animado sobre o casamento
-tudo o que eu falo tá te irritando, prefiro ficar quieto do que te estressar-ele dirige concentrado
-você se atrasou-falo o fato
-eu sei e já pedi desculpas, mas eu não poderia simplesmente abandonar a gravação do programa e vim, eu precisei acabar o meu trabalho-ele permanece calmo
-Luan-o repreendo sei lá porque
-não fica brava comigo não preta-ele estica a mão e coloca em minha coxa
-você sabe que eu tô grávida, que não tenho controle das minhas emoções, por isso você faz isso né?-coloco minha mão sobre a sua na minha coxa
-eu te amo pretinha
-eu também amo você-me rendo-me desculpa por ficar brava
-eu também ficaria se fosse você-ele solta uma gargalhada gostosa
-então tenho razão?-engrosso a voz e vejo ele ficar assustado
-sem brigas por favor-ele aproveita o sinal fechado e me rouba um beijo que dura pouco tempo, pois o Bernardo nos afasta
-larga minha mãe-ele diz firme me fazendo rir
-já larguei-Luan se afasta e coloca o carro pra andar novamente

Chegamos no salão tranquilamente, Well já nos espera ali fora, o que me deixa surpresa, já que saímos primeiro que ele.

-veio correndo né?-brigo com ele assim que desço do carro
-eu precisava chegar antes que vocês-dá de ombros
-Maluco-lhe dou um tapa e abro a porta de trás

Ajudo os meninos a se soltarem e em seguida pego minha filha do colo.

-os noivos não chegaram né?-Luan pergunta
-não, ainda não, eles iam pra uma sessão de fotos antes-respondo entregando a Madu pra ele, pois ela está muito pesada
-então vamos entrar que tô com fome
-esfomeado

Entramos com a ajuda do Well e logo estávamos sentados, Bruna chega alguns minutos depois e senta conosco, Guto também chega e nem pensar duas vezes pra sentar na nossa mesa.

-que cerveja que é?-Guto pergunta caçando algum garçom
-Skol e Budweiser-respondo olhando um pequeno cardápio na mesa
-como sabe?-ele me encara
-tá no cardápio-levanto o pequeno pedaço de papel e mostro pra ele
-pensei que você que tinha comprado
-Luan que ajudou nas bebidas, eu ajudei nos doces, bolo, comida
-sua cara-Lia debocha e eu lhe mostro dedo
-Mel, Mel-Miguel me repreende e eu dou risada pedindo desculpas

Um garçom vem nos servir e eu pego suco e água. Meus pimpolhos pegam refrigerante e os meninos e meninas cerveja.

-não sinto inveja queridos-dou de ombros tomando meu suco de laranja
-não mesmo?-Luan aproxima sua boca gelada da minha
-papai-escuto o Bernardo o repreender e ele se afasta bufando, o que causa crise de risos em todos da mesa
-difícil em-ele reclama e eu aproximo minha boca da sua orelha
-pensa pelo lado bom, eles vão pra casa dos meus pais logo após o jantar e nós dormiremos sozinhos-sussurro e me afasto
-você provoca né?-ele segura meu rosto com uma mão-quero ver mais tarde
-eu que quero ver, se você pelo menos aguentar alguma coisa-provoco e vejo seu olhar de fúria
-tá duvidando da minha capacidade?
-você bêbado não me passa muita confiança-dou de ombros
-melhor eu ficar quieto-ele se afasta completamente e bebe sua cerveja

Pego um canapé que é servido pelo garçom e como tranquilamente vendo meus pequenos comerem também, inclusive a Maria.

Na hora que os queridos noivos chegam, todos ficamos de pé para aplaudi-los.

Minha pequena Cecília começa a mexer e fica inquieta. Sinto uma dor na vagina e me curvo pra frente sem conseguir controlar.

-o que foi?-Bruna é a única que percebe e com a sua pergunta ganhamos a atenção de todos da mesa, menos das crianças
-que foi?-Luan pergunta ao ver a minha cara e eu não consigo responder-fala o que foi-Luan dá a Maria pra Lia que apenas me encara tentando saber o que tá acontecendo
-disfarça, não quero estragar a noite dos noivos-me sento sem conseguir permanecer em pé
-respira fundo e me fala o que foi-Luan senta ao meu lado
-é uma dor na vagina-aperto o braço dele
-quer ir embora? Quer ir ao médico?
-não, ainda é uma dor suportável
-Melissa-ele me repreende pensando que estou mentindo
-se a dor não passar ou aumentar eu te falo e vamos ao médico
-promete?
-eu prometo-olho nos olhos dele pra que ele acredite em mim
-tudo bem, fica quietinha aqui-ele aproxima sua cadeira da minha e deita minha cabeça em seu peito
-tá tudo bem, levanta pra recepcionar os noivos-dou carta branca pra ele
-nem pensar-faz um carinho em minha barriga-você sentiu isso na gravidez da Maria e ela acabou nascendo prematura
-eu sei, mas eu ainda estou de 6 meses, tá cedo
-o parto prematuro meio que ajudou no desenvolvimento da sua doença-ele me encara com medo-eu não quero aquilo de novo
-não vai ter aquilo de novo-tento parecer confiante
-tem razão, não vai ter-ele também tenta parecer confiante, ele é o meu alicerce e precisa estar firme pra eu não desmoronar

Os noivos se preparam para a valsa e eu permaneço quieta agarrada ao Luan. A dor dura alguns minutos, mas aos poucos sinto ela diminuir, até sumir.

Assim que a valsa acaba, eu me levanto e bato palmas. Luan gruda na minha cintura e me faz sentar novamente.

-que foi?-encaro ele
-você tava com dor-ele diz o óbvio
-a dor passou, já tá tudo bem. Agora eu só quero tirar logo as fotos com os noivos e em seguida tirar meu sapato e a saia do meu vestido
-tem certeza que passou?-ele volta a me encarar desconfiado
-tenho, primeiro foi diminuindo, até parar
-posso ficar tranquilo então?
-claro que pode
-tá bom então-ele pega outra cerveja e bebe enquanto me olha desconfiado

Depois de todo barulho e gritaria, somos chamados para a sessão de fotos com os padrinhos e eu me levanto devagar. Luan gruda seu braço no meu, assim que nossos pais se aproximam da nossa mesa pra olhar as crianças. Olho minha filha se lambuzando com um canapé e sigo tranquila com o Luan, eles estão em ótimas mãos.

Tiramos várias fotos, foto juntos com os dois, fotos só os padrinhos, foto só as madrinhas, fotos individuais, enfim, fotos e mais fotos.

Quando finalmente somos liberados, eu comemoro tão intensamente, que os noivos riem de mim.

-tô comemorando, mas não é pela comida-reviro os olhos e eles me olham debochados-eu só quero e preciso, tirar o meu salto e essa saia do vestido, Cecília tá precisando respirar-aliso minha barriga e a Vic se aproxima fazendo o mesmo
-menino do céu, Melissa nos deu um susto quase agora-Luan começa e eu reviro os olhos pra ele, enquanto ele conta toda a história sobre a minha dor

Quando ele encerra o assunto, Vic e Alan me encaram preocupados.

-tem certeza que não tá sentindo mais nada? Quer ir ao médico? Quer ir pra casa?-Alan se apressa em perguntar
-tá tudo bem-dou de ombros sorrindo
-tem certeza?-ele continua com aquele aspecto preocupado
-sim, vou até transar mais tarde-pisco pra eles que soltam uma gargalhada alta







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Capítulo 88

Escuto o choro da Madu perto da piscina e direciono o meu olhar pra ela. Ela está com a Vic, mas parece não querer muito. Vejo ela coçar os olhinhos e sei bem o motivo do chororo.

-tá muito legal a Cecília mexendo, mas tenho outra filha e ela está chorando-me desvencilho dos dois sem dar tempo deles responderem

Sigo até a Vic que tenta de todas as formas acalmar a minha filha, mas não consegue.

-eu não fiz nada juro, só peguei ela, mas pelo jeito ela não me querer-ela se explica um pouco apavorada e eu dou risada
-relaxa, sei que não fez nada-pego a Madu-ela está com a fralda cheia e morrendo de sono e quando ela tá assim, só depois de trocar a fralda que ela para de chorar
-ah que bom, eu já estava desesperada tentando entender o que ela queria
-relaxa, tá tudo bem-deito a cabeça da Maria em meu ombro e ela coloca a mão na minha boca querendo dormir-vou lá trocar ela e já já eu volto, cadê as meninas?
-foram pegar cerveja-ela mostra o copo vazio
-cachaceiras, só porque não posso-faço bico
-é por um bom motivo-ela faz carinho em minha barriga
-quer subir e treinar?-pergunto rindo
-topo-ela aceita
-então vem

Entramos em casa e trombamos com a Lia e a Bruna. Sigo pra cozinha e primeiro coloco o leite da Maria pra esquentar. Deixo do jeito que ela gosta e chamo a Vic pra subir.

Ao entrar no quarto da Maria, ela senta na poltrona e eu levo a minha pequena ao trocador, tiro sua roupa e deixo ela quietinha ali.

-vai trocar-falo com a Vic e aponto pra minha filha
-eu não sei-se aproxima da Madu e fica olhando a pequena
-vai aprender agora-pego tudo o que precisamos e uma roupa mais fresca

Me aproximo dela e dou tudo pra ela que fica perdida, vou explicando o que ela deve fazer e ela vai fazendo com maestria.

-parabéns-digo depois dela vestir o macacão na Maria-foi incrível-bato palminhas
-já podemos ter o nosso-Alan diz da porta e nos assustamos, não tínhamos percebido a presença dele
-já podem mesmo-chamo ele que entra e pega a pequena-sua vez de treinar-me animo com o Alan
-quê? Não, eu não-ele tenta devolver a Maria, mas não aceito
-senta na poltrona-digo mandona e ele vai sem poder reclamar-deita ela-peço e ele faz-deixa a cabeça dela meio levantada-ajudo ele a ajeitar ela-agora..-dou a mamadeira pra ele-coloca na boca dela e deixa, ela sabe segurar
-tá, tá bom-ele diz nervoso e faz o que eu disse

Ficamos olhando ele dar mama pra Maria e quando termina, ela arrota e fecha os olhinhos pronta pra dormir.

-e agora? O que eu faço?-ele pergunta preocupado
-nada, ela vai dormir sozinha-falo orgulhosa
-já podemos ter o nosso-Vic diz o olhando apaixonada
-eu ia falar pra vocês casarem, mas ai lembrei que estão de casamento marcado-dou risada da situação
-mês que vem-ele fala animado

Fico olhando os dois feito uma idiota e percebo minha filha dormir. Vejo que seu sono é profundo e pego ela no colo, coloco no berço, ligo o umificador de ar e chamo o casal pra descer.

-vocês arrasaram-ando lado a lado com eles
-você que arrasa, é uma mãe e tanto-Vic elogia
-para-finjo estar com vergonha e eles riem-vou caçar o que comer, por favor fiquem a vontade-beijo a bochecha dos dois e saio andando

Encontro meu marido roubando doces na mesa de decoração. Me aproximo sem fazer barulho e dou um susto nele que dá um pulo pra trás com a mão no coração.

-amor, você é muito mole-dou risada dele
-eu tava aprontando-ele mostra os docinhos na mão-pensei que era nossas mães prontas pra brigarem comigo-faz um biquinho fofo
-mas não é nossas mães que estão aqui pra brigarem, pelo contrário, sou eu que estou aqui pra te ajudar com o assalto
-então ajuda antes que alguém apareça

Ajudo ele com o furto e levamos os docinhos pra cozinha, ao abrir a geladeira pra guardar, demos de cara com vários docinhos que provavelmente sobraram e eu nem sabia.

-furto desnecessário-ele coloca tudo em um pratinho e me puxa pra sentar a mesa e comer
-cúmplices até nisso-dou risada da nossa "aventura"
-ainda bem-me dá um bombom gostoso

(...)

O nosso Natal foi incrível, assim como o ano novo, é tão bom estar com quem amamos.

Janeiro chegou e com ele o casamento do Alan. Serei madrinha, junto com o Luan que teve que gravar um programa hoje e está atrasado.

A cerimônia era pra ter acontecido há meia hora atrás que foi quando a noiva chegou, mas graças ao meu marido, eles resolveram atrasar e esperar.

-eu vou matar o Luan se ele não chegar em cinco minutos-converso com a Bruna
-calma-ela me abana, já que com a raiva pelo atraso do Luan, o ar parece estar desligado
-como tem calma nesse momento? Alan, começa esse casamento logo-dou carta branca pra ele novamente
-para, já falei que não vou, vamos esperar mais um pouco, a Vic concordou
-Alan..-resmungo irritada por ele não dar bola pro que eu falo
-relaxa-ele se aproxima e me abraça
-me arruma outro padrinho-peço-deve ter algum amigo seu ai dentro dessa igreja, pronto pra se tornar um padrinho
-não fala merda, Luan não tem culpa se eu marquei o casamento no dia que ele tinha gravação, ele já deve tá chegando
-eu espero sinceramente que sim-retribuo o abraço e me afasto em seguida
-pronto, chegou-Alan aponta alguém atrás de mim e eu me viro vendo meu marido todo lindo e ofegante
-desculpa, desculpa, desculpa-ele pede insistentemente
-relaxa, tá tudo certo, o importante é que chegou-eles fazem um toque de mãos e o Luan se aproxima de mim
-desculpa-fala baixo
-relaxa, depois eu te mato-falo da mesma forma
-eu não tive culpa, você sabe que eu gravo o programa dia de segunda-ele resmunga de volta
-tô nem ai-fico ainda mais irritada-fica quieto
-nervosinha-ele segura meu rosto e me rouba um beijo rápido
-viado-falo assim que ele me larga

Nos arrumamos de acordo com a cerimonialista e logo começou.

Não havia muitos famosos, além do Luan e alguns amigos que o Alan fez na emissora que ele trabalha, por isso quando passamos pelo tapete vermelho da igreja que nos levará até perto do altar, algumas pessoas dão tchauzinho, afim de receber um pouco a atenção do meu marido e ele claro, retribuía todo educado.

Chegamos no nosso lugar e ficamos em pé esperando os casais que vinham logo atrás de nós.

Luan não larga a minha mão e eu não sei se mato ele ou se encho de beijos por estar tão lindo.

-esqueci de dizer algo-ele sussurra me colocando na frente dele
-o que foi?-viro minha cabeça pra olha-lo
-nem a noiva é capaz de superar o tanto que você tá linda-ele elogia e eu fico sem graça
-obrigada, você também está lindo-retribuo o elogio

Voltamos as nossas atenções aos casais entrando e em seguida lá vem ela. Vic vem pelo tapete vermelho toda linda, grudada no braço do seu pai e sorrindo entre lágrimas. Me emociono também e começo a chorar, Luan pega um lencinho que estava no banco justamente pra isso e me dá.

Eu até tento controlar as minhas emoções, mas simplesmente não consigo, é inevitável, e isso me faz chorar por boa parte da cerimônia.

Tudo piora na hora das alianças. Madu entra na igreja como daminha e logo atrás dela, Bernardo e Miguel vem como "segurança da aliança". Choro de soluçar ao ver a cena!

Minha filha se comporta direitinho, só anda de pressa, mas faz tudo o que tem que fazer.

Assim que o Alan pega a aliança, solto um soluço e ela me encontra com os olhos.

Faço sinal pra ela permanecer onde está, mas ela solta a almofada, já sem nada em cima, e corre até mim.

Todo mundo ri, mas não sei se é dela ou de mim, que choro como se eu estivesse em meu casamento.

Meus meninos se sentam em um banquinho que tem perto do altar e ficam ali. Eu mando beijo e eles retribuem.

Assistimos o fim da cerimônia assim e quando acaba, dou graças a Deus, não aguento mais chorar.

Eu pensei sinceramente que o chororo tinha acabado, mas ai veio o cumprimento aos noivos e eu novamente me acabei.

-você não nega estar grávida, só sabe chorar-Alan zoa com a minha cara e eu lhe dou um cutucão na barriga
-você também chorou-faço bico querendo chorar novamente
-não chora, chega, agora é hora da comida, do bolo, dos docinhos-ele diz sugestivo e eu abro um sorriso de felicidade-isso, é assim que eu gosto-toca meu nariz com a ponta dos dedos
-te amo viu-abraço ele bem apertado
-eu amo mais, tenho certeza-ele diz e eu penso em retrucar, mas não faço, ele tem toda razão

Tiramos algumas fotos e em seguida sem a Madu que quis ficar sentadinha com o Miguel e o Bernardo, eu e o Luan saímos da igreja com ele novamente cumprimentando todo mundo e assim que paramos na saída, Well vem nos ajudar, já que começa o assédio em cima dele.

-se quiser ir pro salão da festa, pode ir, eu ainda tenho que esperar os pequenos-aviso
-eu não vou sem vocês, vou esperar também-diz firme-cadê nossos pais?
-acho que já foram-olho pros lados pra ver se os encontro e nada
-foram mesmo-Bruna para ao meu lado-sua mãe pediu pra levar o Miguel
-obrigada por avisar-agradeço-vamos lá naquela salinha onde estávamos esperando você chegar-pego na mão do Luan

Falo com a recepcionista de fora pra quando os pequenos saírem, pra ela levá-los até a mim. Depois de uma confirmação seguimos pra salinha ali do lado.

Ao entrar a primeira coisa que faço é tirar o meu salto. Meus pés estão inchados e tá doendo demais ficar com o sapato.

-tá doendo?-Luan pergunta, puxa uma cadeira e se senta na minha frente-me dá o pé-ele pede e eu os coloco em seu colo e ele inicia uma massagem maravilhosa
-não pensa que fazer uma massagem nos meus pés inchados, vai me fazer esquecer que você chegou mais atrasado que a noiva
-o Alan e a Vic disseram que tudo bem
-eu não sou o Alan, nem a Vic-reviro os olhos
-e se eu fazer uma trilha de beijos desde os seus pés até a nossa preciosa?-ele alisa a minha perna e quando chega em minha coxa, a porta abre e ele afasta sua mão dali
-Mel, você viu? Eu fiz tudo direitinho-Bê para ao meu lado
-eu vi, fizeram tudo certinho-beijo a bochecha dele e do Miguel que se aproxima elétrico

Pego minha filha e encho ela de beijos por todo o rosto, ela ri tão deliciosamente, que não consigo parar.

-vamos?-Bruna nos chama e eu concordo
-bora comer-afasto os meus pés do colo do Luan e volto a calçar o meu salto





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Capítulo 87

-eu tava em um momento aqui com o meu pai e curtimos isso juntos, desculpa, prometo que da próxima vez eu te chamo-seguro seu rosto entre minhas mãos e lhe dou um selinho
-não me importo, vou ter bastante tempo pra curtir esses momentos-ele agarra minha cintura e se aproxima pronto pra me dar um beijo
-ei, espera eu sair pelo menos-meu pai diz bolado e vai se retirando
-fecha a porta-peço e ele revira os olhos pra mim, antes de fazer o que eu pedi

Luan anda comigo até a cama e me deita ali, sua boca nem espera nada pra estar colada na minha. Seus lábios macios me causam fervura e eu não consigo me conter. Separo meus lábios dando passagem ao Luan que serpenteia sua língua pra dentro da minha boca, faço o mesmo com ele e iniciamos uma deliciosa batalha por espaço.

Era pra ser um simples beijo de carinho, mas a fervura em mim se torna mais borbulhante e antes que eu possa tentar parar, minhas mãos já estão por dentro da camiseta do meu marido arranhando sua barriga e peitoral.

O beijo é tão bom, porém o fôlego se torna nosso inimigo e aos poucos vamos encerrando. Assim que não sinto mais a boca do Luan em meus lábios, abro os olhos e o encaro com a certeza de que o tesão que está em mim, está estampado em minha cara.

-eu iria adorar fazer isso agora-ele sussurra distribuindo selinhos em meus lábios
-mas..-resmungo sabendo o que vem por ai
-mas estão todos nos esperando lá em baixo
-rapidinho amor-arranho sua pele sem delicadeza-rapidinho-me estico e mordo seu lábio inferior
-você está me saindo uma bela pervertida-ele sorri e sei que ele não conseguirá negar
-é a gravidez-dou risada tirando a culpa de cima de mim
-essa tara por mim vem muito antes da gravidez
-é que eu já estava grávida na minha cabeça-dou qualquer desculpa e ele solta uma gargalhada alta
-bela desculpa, quase me convenceu
-e de fazer amor comigo? Eu te convenci ou quase?-provoco e mordo meu lábio inferior
-convenceu, convenceu muito bem-ele pisca pra mim e em seguida volta a tomar os meus lábios pra si

Não temos tempo pra coisas mais complexas, por isso somos rápidos. Fizemos do nosso jeitinho e como sempre foi maravilhoso.

Depois do nosso momento, tomamos um banho, nos arrumamos e descemos. Mal chegamos onde o pessoal estava e a zoação começou.

-podem parar, só estávamos tomando banho-minto, mas não convenço ninguém-chatos-faço bico

Sigo pra mesa de docinhos e como um azul e um rosa pra não ter problema em desmanchar apenas um lado da decoração.

Esse sem dúvidas é o chá revelação mais louco que já existiu. Escolhemos a decoração, porém a revelação será através da fala, já que resolvemos fazer hoje, bem no dia que descobrimos o sexo e por falta de tempo não daria pra fazer um bolo com a cor representante do bebê por dentro ou encher uma bexiga com confetes.

-vem todo mundo pra cá-chamo pra perto, quero revelar logo pra poder comer os docinhos em paz

Luan é o primeiro a se aproximar e me abraça pela cintura. O resto do pessoal se aproxima e sorriem animados.

-já vai revelar?-Bruna pergunta ansiosa
-sim, sou péssima com segredos desse tipo e não tô conseguindo controlar a vontade de falar-falo um dos motivos e escondo os desejos pelos docinhos-o que acham que é? Quem é Team Lorenzo?-pergunto e quase todo mundo levanta a plaquinha azul escrito TeamMenino-e quem é Team Cecília?-pergunto e apenas minha mãe, minha sogra, Bruna e o Guto que levantam a plaquinha rosa escrita TeamMenina
-caramba vocês tão tudo achando que é menino-Luan diz surpreso
-eu não-minha mãe e Marizete dizem juntas e começam a rir pela coincidência
-quer falar algo?-pergunto pro Luan, já que quando contamos da Maria ele fez um lindo discurso
-quero-pisca pra mim-primeiramente queríamos agradecer-Luan começa-quando a Mel ficou doente, eu me achei fraco, impotente e foi cada um de vocês que me deu forças. Foi em vocês e com vocês que eu encontrei garra pra lutar cada dia mais pela minha mulher. E ela venceu!-ele me olha orgulhoso-e tanto eu, quanto ela sabemos que talvez isso seria impossível se não fosse cada um de vocês. Então se hoje estamos aqui juntos, reunidos e felizes é porquê vocês colaboraram pra isso, então muito obrigado-ele agradece por nós dois e todo mundo responde com um "De nada" nos fazendo rir novamente
-bom, esse neném acho que veio pra celar o fim dessa doença, veio pra afirmar ainda mais o nosso amor e veio pra nós fortalecer. Vocês não fazem ideia do tamanho do nosso infinito agora-ele beija a minha mão e me olha dando sinal de que devemos revelar-vamos lá, já faz mais de um mês que estamos tentando ansiosamente descobrir o sexo..-Bruna o interrompe
-porque quer né meu amor, eu falei pra fazer o exame do xixi e de sangue-dá de ombros
-não queríamos-retruco e ela faz cara de debochada
-então não reclama
-cara boca voz fina-Luan pega uma plaquinha na mesa e taca nela que desvia-continuando-ele olha feio pra ela não atrapalhar ele novamente-estávamos tentando absurdamente e hoje finalmente descobrimos o sexo, graças a Deus, ou essa festa seria novamente cancelada-ele diz rindo lembrando dos outros três chá revelação que cancelamos-quer contar?-Luan pergunta pra mim e eu concordo
-Luan já disse tudo por nós dois e eu volto a reforçar, obrigada por tudo e por muito viu-agradeço-esse bebê na minha humilde opinião tava vindo em um momento inapropriado, eu ainda tenho medos e receios, mas hoje sei que ele veio pra somar tanto na nossa vida, como na vida de todos vocês.
-acertamos, você disse ele-Alan grita lá do fundo e eu dou risada
-eu queria ser discreta né, mas na verdade, eu não sei ser-nego com a cabeça-eu já até contei e vocês nem perceberam-olho pro meu macacão cor de rosa-ei, vocês que são Team Menino, vocês erraram, vem novamente uma menina, dessa vez Cecília-conto animada o bastante pra animar a todos
-EU JÁ SABIA!-meu pai grita me fazendo rir
-o teste da colher sempre dá certo-minha mãe diz conversando com a Marizete, mas todo mundo escuta e dá risada

Aos poucos vamos recebendo os cumprimentos e gosto de tudo que escuto de todos que estão ali pra comemorar com a gente.

Quando chega a vez da minha mãe ela faz cara feia pra mim e cruza os braços.

-contou pro seu pai?-tenta parecer chateada
-não, na verdade eu tava no quarto, me olhando no espelho e com medo. Meu pai entrou lá e me acalmou e no meio da conversa, a pequena mexeu e eu acabei falando que "ela tava mexendo", ele entendeu na hora
-ela mexeu pra ele?-fica ainda mais bolada
-mexeu, mas não adianta ficar brava comigo, se resolve com ela-aponto pra minha barriga
-mal criada, eu que tô todo dia aqui, conversando com você, te dando amor e você mexe pro vovô? Que feio dona Cecília, deixa só você nascer pra você ver, vou morder suas coxinhas gordas-ela conversa com a minha barriga e sinto a pequena mexer
-coloca a mão na minha barriga-falo pra ela e olho pro Luan, os dois colocam a mão e ela continua a mexer
-boa menina-minha mãe sussurra pra minha filha que mexe ainda mais
-rapaz, ela tá animada-Luan gosta da sensação de senti-la
-e como-dou um sorrisinho pra ele que retribui e me dá um selinho





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Capítulo Final

Ele me olha em choque, sem saber o que fazer ou o que falar. Ele acabou de acordar e recebe isso em seu colo, não tenho dúvidas do quanto e...